Se ainda restava alguma dúvida, a pandemia da Covid-19 deixa claro que uma casa com condições dignas é fundamental para a saúde e a defesa da vida.
A crise atual deveria, segundo lideranças comunitárias e pesquisadores, sensibilizar a sociedade e governos do país para que a produção de moradias adequadas e o saneamento básico nas cidades brasileiras se tornassem, finalmente, prioridades. Um conjunto de medidas e políticas, que incluísse a participação de quem vive o problema diariamente, poderia contornar a crise econômica.
O novo coronavírus tornou mais alarmante a falta de acesso ao saneamento e a casas com condições que permitam o isolamento social e a prevenção adequada. Estamos falando de precariedades de favelas e cortiços e da crescente população nas ruas. Em São Paulo, dados divulgados nesta semana pela Prefeitura sugerem que as mortes por Covid-19 crescem em áreas com habitações piores. Estudos mostram ainda que, entre a população negra — que representa 75% dos mais pobres no país — a doença tem sido mais letal.
Redes de solidariedade e medidas emergenciais minimizam os impactos do avanço da doença em áreas mais vulneráveis, mas como o país chegou a esta situação e o que pode ser feito para se refazer cidades mais dignas?