Desde que a apicultura comercial começou no Parque Indígena do Xingu, a venda do mel se tornou um importante gerador de renda para as comunidades que vivem na região. Com mais de 26 milhões de hectares, a reserva indígena localizada no norte de Mato Grosso é uma espécie de muralha contra o desmatamento.
Criado em 2001, com a marca Mel dos Índios do Xingu, o produto hoje faz parte da Origens Brasil, uma rede que promove negócios sustentáveis na Amazônia em áreas de conservação.
Tudo com garantia de origem, transparência, rastreabilidade da cadeia produtiva e promovendo o comércio ético, observa Luiz Antonio Brasi Filho, coordenador da Origens Brasil no Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), responsável pela rede.
Desde 2016, a rede atua em 39 áreas protegidas da Amazônia, contribuindo para a conservação de 52,3 milhões de hectares de floresta em pé. "Esses territórios são corredores de áreas protegidas, que abrigam patrimônios culturais, ambientais e sociais, prestando serviços que beneficiam não só o Brasil, mas todo o planeta", afirma Filho.
A rede Origens é formada atualmente por 2.300 produtores de povos indígenas e populações tradicionais, 62 organizações locais e instituições de apoio e 35 empresas."Ao todo, são 51 produtos que valorizam a cultura e a história dos povos da floresta", conta o coordenador do Imaflora.
Ações como essa mostram que não é apenas o desmatamento de florestas que avança no Brasil. Iniciativas semelhantes se multiplicam e se espalham, consolidando focos de preservação pelo país.