O transporte sobre trilhos é uma das formas mais sustentáveis de deslocamento em grandes cidades. Por ser público, colabora para a redução de trânsito nas vias urbanas. Em São Paulo, 8 milhões de pessoas transitam pelos 370,2 quilômetros da malha ferroviária.
Além disso, a emissão de CO2, um dos gases envolvidos no aumento da temperatura global, é menor do que a de veículos que dependem de combustíveis. Quando uma pessoa percorre cem quilômetros de trem ou metrô, vão para os ares, em média, 75 quilos do gás. Em viagens de ônibus pela mesma distância, a emissão é de cerca de 97 quilos e, de carro movido a gasolina, 174 quilos, segundo a calculadora da Iniciativa Verde.
Há outros fatores positivos: esse tipo de transporte também é mais rápido, pontual e evita o estresse de ficar parado em um mesmo lugar enquanto o farol à frente abre e fecha. Ok, não há nada de glamouroso no empurra-empurra dos horários de pico. Mas, para boas caçadoras de histórias como as pessoas que compõem a equipe de Ecoa, a vida sobre trilhos é um prato cheio.
Na manhã do dia 26 de agosto, seis de nós embarcamos em pontos diferentes da cidade rumo a um mesmo destino: a estação Sé, no coração da cidade, onde deveríamos nos encontrar às 12h. Escolhemos o roteiro segundo um critério nada estatístico: a memória. Cada repórter fez o trajeto com o qual tem um vínculo afetivo (positivo ou não) mais rico.
O resultado são histórias diferentes, mas com alguns detalhes em comum. No vai e vem, poucos estão presentes de corpo e alma. Os corpos se esbarram, amontoam às vezes, mas a atenção está voltada para outro lugar: a telinha dos celulares. O resultado dessa nossa viagem está a seguir.