Além da credibilidade da ciência e da valorização da mulher, no mundo pós-Covid-19 adotaremos cada vez mais os hábitos de uma nova etiqueta respiratória. Uso de máscara será normal e teremos mais cautela com nossos contatos, como abraçar e beijar as pessoas. Também teremos um comportamento diferente quando alguém não estiver se sentindo bem, com um resfriado, por exemplo. Será de bom tom ficar em casa, não ir trabalhar ou ir a qualquer lugar, para não expor os outros. Antes da pandemia não pensávamos assim.
O brasileiro gosta de confraternizar, abraçar, beijar, sair para festas e tudo que as pessoas querem é que suas vidas voltem ao normal. Existe uma tendência de retomar o status quo, principalmente para os que já pegaram a doença, que estão imunes e vão se sentir mais seguros. Mas não adianta achar que as coisas serão como antes. Não apenas por causa da Covid-19, essa não será a última pandemia. Existe a expectativa de que outras doenças de proporção mundial e mais letais atinjam a humanidade e ainda não temos conhecimento para lidar com elas.
Essa situação de confinamento vai ser longa. Antes que a vacina para a Covid-19 seja disponibilizada, teremos períodos de abertura e reclusão e essa conduta será decisiva para enfrentar a pandemia. Esse período intermitente deve durar até 2022, como apontou estudo da "Science". Teremos outros surtos, uma segunda, ou a terceira onda, ainda mais com o afrouxamento do distanciamento social. Tem gente que acha que usando máscara e álcool gel está protegido, mas a melhor proteção é ficar em casa. Sabemos que as condições sociais no Brasil muitas vezes não permitem os cuidados necessários ou mesmo o respeito às questões sanitárias básicas. Como falar para uma pessoa manter as mãos limpas se onde ela mora não tem água?