Não parece que o mundo onde vamos desembarcar depois da pandemia seja o mesmo do qual saímos. O vírus originado no interior da China abalou o planeta e colocou a população em quarentena. Chegou deixando o futuro para trás, com planos, trabalhos, compromissos e projetos suspensos. Desde 11 de março, quando a OMS declarou pandemia do novo coronavírus, a vida mudou radicalmente.
Enfrentamos uma das maiores crises da história recente da humanidade. São milhares de vítimas, colapso nos sistemas de saúde, uma legião de desempregados, fronteiras fechadas, crianças sem aula, trabalho remoto, economia derretida e indústrias paradas. Enquanto a humanidade espera uma vacina contra a doença, começamos a experimentar um "novo normal" - que de normal parece não ter nada. A pandemia está remodelando a forma como nos relacionamos com o mundo, com os outros e com nós mesmos.
Abriremos espaço para uma tecnologia mais emocional? A educação, enfim, vai se reinventar? Quais são as habilidades que lideranças devem ter? Como a análise de dados pode ajudar? Seremos mais cautelosos no contato? Vamos abraçar de vez a digitalização no trabalho? Saberemos regenerar nossa relação com a natureza?
Ecoa ouviu pessoas de diferentes áreas para saber o que elas estão pensando ao imaginar o mundo pós-Covid-19. É um exercício para tentar dar uma cara a esse futuro que nos espera - e assusta. A crise global vai trazer inúmeros impactos negativos. Além das mortes, corremos o risco de uma recessão generalizada aumentar a desigualdade social e deixar pessoas em vulnerabilidade em situação ainda mais crítica, para citar alguns deles. Mas também podem surgir oportunidades. Pelo olhar dos especialistas, no lugar onde vamos desembarcar, o professor, a ciência e o feminismo são valorizados, buscamos o essencial, as relações são mais empáticas e teremos a chance de criar novas narrativas para o conceito de humanidade. É possível enxergar beleza em meio ao caos.
Essas reflexões serão publicadas em uma série de artigos, abordando temas como tecnologia, trabalho, ciência e saúde, alimentação, espiritualidade, novas economias, cidades, comportamento, meio ambiente e educação. A ideia não é tentar prever o futuro, mas refletir sobre possíveis cenários e sobre como podemos nos adaptar a eles, além de discutir como as escolhas atuais podem construir um caminho para um destino mais desejável - seja por meio de transformações radicais ou por tendências aceleradas pela pandemia.
Ao que parece, a tempestade vai passar. Mas, quando passar, será diferente.