Ao passar atentamente os olhos pelo resultado da análise de seu teste de DNA, o ex-jogador Mauro Silva, tetracampeão mundial em 1994, confirmou algo que alguns de seus amigos já desconfiavam - e que alguns até desejavam.
Ao abrir o exame, ele viu o teste cravar que 18% de seu material genético vêm da Península Ibérica. A região é onde está localizada a Espanha, onde Mauro viveu o auge de sua carreira nos 13 anos em que atuou pelo Deportivo La Coruña.
Antes, eu tinha conhecimento de informações por parte do meu pai da minha origem africana e, por parte da minha mãe, que meu avô é de origem portuguesa. Agora, o exame mostra que tenho origens no País Basco, Sardenha [Itália]. Fiquei 13 anos na Espanha, e meus filhos nasceram lá. É surpreendente! Fiquei bem feliz!"
Por lá, Mauro não é só ídolo. Virou nome de rua e é o rosto de um dos reis magos do presépio montado todos os anos na cidade. A descoberta de suas origens na Espanha, entre outros países, gerou uma série de reflexões no também vice-presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol).
Ele se debruçou sobre a origem do sobrenome Gomes, herdado da mãe, enveredou sobre o passado da família e passou a ver em sua própria história um exemplo de miscigenação do povo brasileiro. Filho de pai negro e mãe branca, Mauro diz que o teste o faz pensar em globalização. "Sempre me considerei um cidadão do mundo e acredito muito em união. No meu ambiente de sucesso, que é o futebol, você não tem sucesso se não ajudarmos uns aos outros", reflete.