É muito difícil você nunca ter cruzado com alguma delas: dispostas nas bocas do caixa de grandes lojas do varejo, as publicações da Editora MOL costumam ter cores vibrantes, design leve, e são oferecidas ao consumidor na hora de pagar a conta. O propósito, como explicam os atendentes na hora da venda, é reverter o dinheiro em doações para iniciativas que tenham impacto social.
Em 2007, quando fundou com o sócio Rodrigo Pipponzi a MOL, Roberta Faria, 41, sabia que havia um caminho a ser percorrido que não passava pelas bancas de revistas ou pelas grandes editoras, cuja logística de distribuição dificultava e impedia publicações menores de prosperarem.
"O varejo surgiu para gente como a solução para um problema. A trilha do mercado editorial era inviável", diz Roberta.
Foi nesse contexto que os sócios tiveram a ideia de oferecer o primeiro produto da MOL, cujas vendas seriam revertidas para o GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), nas farmácias Droga Raia. Com uma estrutura de distribuição bem estabelecida e com o acesso facilitado por Rodrigo, que é da terceira geração da família fundadora da rede, os projetos iniciais da MOL logo começaram a trazer bons resultados.
"A gente não imaginava que venderia tão rapidamente e tão bem", diz a empreendedora. Hoje, quinze anos depois, não restam dúvidas de que a aposta no varejo funcionou: são R$ 57 milhões doados para ONGs e projetos sociais que militam por causas tão distintas quanto o combate à fome, a preservação do meio ambiente e a proteção animal, dentre várias outras. Este ano, a meta é atingir uma receita operacional de R$ 28 milhões e de gerar R$ 17 milhões para doação.