O resultado do teste de DNA de Sarah possibilitou a conexão com duas famílias: a de sangue e a de fãs. O teste apontou para 72% de ancestrais vindos do Oeste da África, que abrange países como Angola, Camarões, República do Congo e Gabão.
Com o início do tráfico de pessoas no Atlântico, milhões de pessoas do oeste africano foram levadas e vendidas nas colônias na América para o trabalho escravo em fazendas.
Estima-se que cerca de quatro milhões de africanos escravizados tenham desembarcado no Brasil, sendo um dos principais destinos as fazendas do sudeste brasileiro.
Sarah conta que, como mulher negra retinta, já imaginava que a maior parte do seu DNA apontaria para o continente africano, mas não tinha a menor ideia de quais países poderiam ser.
Por conta do BBB, eu tenho muitos fãs angolanos que me mandam mensagem todos os dias. Eu fico muito feliz de ver no meu DNA países tão admiráveis culturalmente. Essa possibilidade de nos conectar com o continente africano faz com que a gente colabore com a quebra da estigmatização. História triste falando de pessoas pretas do período colonial nós já conhecemos desde a época da escola. Porém, ninguém nos conta sobre as riquezas desses locais.
Apaixonada por leitura e pesquisas, Sarah diz que, agora, o mais interessante é ter a oportunidade de estudar sobre esses países e entender o que compõe a cultura no dia a dia, para além do que é ensinado de maneira muito superficial nas escolas.
O teste também apontou 19% do seu material genético oriundo da Europa Ocidental, região que abrange países como França, Alemanha, Áustria, Suíça, Bélgica e Holanda. Sarah diz não se surpreender com este resultado, uma vez que a miscigenação faz parte do processo de colonização do Brasil.
O resultado que mais a surpreendeu foi o de 5% do seu material genético ser oriundo das Américas, composta pelos grupos indígenas nativos da América do Sul, pertencentes à família linguística Tupi-Guarani.
Descobri que minhas raízes falam muito sobre o processo histórico do Brasil. Eu fico muito feliz, mas sei que isso é reflexo de um período colonial escravocrata marcado por relações muito violentas e problemáticas