No beco existencial em que a humanidade se encontra hoje, de crise climática, aprofundamento da desigualdade e risco de guerra nuclear, é preciso resgatar ensinamentos ancestrais que sirvam de bússola moral para lidar com os desafios atuais. É o que propõe o neurocientista Sidarta Ribeiro em seu novo livro "Sonho Manifesto: Dez Exercícios Urgentes de Otimismo Apocalíptico" (Companhia das Letras), no qual compartilha conhecimentos de pajés, xamãs, griôs, mestres budistas, cientistas e historiadores e aponta a importância de se sonhar coletivamente para evitar um futuro sombrio.
Ribeiro destaca que existe hoje uma abundância de recursos sem precedentes na história da humanidade. "O problema atual não é de escassez, mas de má distribuição da abundância. As dez pessoas mais ricas do planeta dobraram sua riqueza nos dois primeiros anos da pandemia enquanto a renda da maioria caiu", afirma o autor dos livros "O Oráculo da Noite" (2019) e "Limiar" (2020).
Aos 51 anos, o professor titular de neurociência e fundador do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte falou a Ecoa sobre as saídas para a sobrevivência da nossa espécie no planeta, o impacto da pandemia em nossa saúde mental e a importância do sono para o bem-estar coletivo.