"Fundamos a Vaga Lume, oficialmente, em 2001, mas começamos a trabalhar no projeto dois anos antes. A ideia inicial, de três recém-formadas, era fazer uma imersão de trabalho social para conhecer melhor alguma região do país. A gente começou a pensar: 'nossa como seria bom poder parar um ano e conhecer a fundo o Brasil. O Brasil real. O país que está latente, pujante, que a gente, às vezes, não enxerga no dia a dia das grandes capitais.' Queríamos conhecer as manifestações culturais do Brasil e ter alguma contribuição para deixar.
O que tirou a gente da cadeira para esse projeto foi essa atração, essa curiosidade, essa admiração pelo Brasil onde a gente está menos contaminado pela cultura de massas, por essa coisa mais pasteurizada. Foi essa paixão pelo Brasil - que é, ao mesmo tempo, uma terra e um povo.
Quando escolhemos a leitura [como foco], começamos a pesquisar quais eram os projetos de leitura que já existiam. Para nossa tristeza, descobrimos que eram poucos e de baixíssima qualidade. A gente entendeu que, além de um acervo novo e adequado, o elemento principal para formar o leitor é o adulto, o mediador de leitura. Esse era um caminho promissor."
Sylvia Guimarães, presidente da ONG Vaga Lume