Se a frase "você tem a mesma quantidade de horas no dia que a Beyoncé" que circula pelas redes e estampa canecas motivacionais ganhasse uma versão brasileira, Maite Schneider poderia ser uma das candidatas a substituir o nome da diva americana.
A curitibana, que completa meio século de vida em novembro e hoje vive em São Paulo, está à frente de projetos sociais voltados para a capacitação e empregabilidade de pessoas transgênero e é madrinha de outras tantas iniciativas, como a Casa Florescer. Também presta consultoria em diversidade para empresas, dá palestras, estuda e é atriz. No tempo livre, gosta de viajar, estar com os amigos e namorar (ela avisa: está solteira).
"Durmo cinco, seis horas por noite. Tenho uma agendinha que pra mim funciona super, tenho tudo calculadinho e ainda sobra tempo", disse a Ecoa.
Atualmente, ela talvez seja principalmente conhecida por comandar a Transempregos, plataforma de oportunidades de capacitação e trabalho para pessoas trans, iniciada em 2013 pela advogada Márcia Rocha, com a participação de Maite e da cartunista Laerte. Com o crescimento da iniciativa, a paranaense se mudou para São Paulo e assumiu a dianteira, dedicando hoje grande parte de seu tempo ao projeto.
A Transempregos conta atualmente com 1.100 empresas parceiras e promoveu a inclusão de 794 pessoas trans em vagas de trabalho formal somente em 2020. Além de funcionar como uma central de anúncios de vagas e currículos, também trabalha junto às empresas na sensibilização, capacitação e na construção de políticas afirmativas para pessoas trans.
Maite enxerga cada pessoa contratada como um dos tijolos de uma ponte construída sobre os abismos de desigualdade do mercado. Ela reforça os talentos e potencialidades desses profissionais que são perdidos pelas empresas por conta da discriminação. E defende que a inclusão transforma não apenas a vida do contratado, mas de toda a empresa.