Desde os anos 1980, a cientista e ativista ambiental indiana Vandana Shiva se dedica a defender a conservação de florestas, a biodiversidade e a soberania alimentar.
Filha de um agente florestal e de uma agricultora, Shiva estudou física e recebeu doutorado em teoria quântica no Canadá antes de assumir essas causas como seu compromisso de vida. O "chamado" do ambientalismo veio quando o desmatamento na região do Himalaia, onde cresceu, a fez sentir como se uma parte de si tivesse sido extirpada.
Ela se juntou então ao Chipko, movimento liderado por mulheres afetadas pela devastação, que formavam uma corrente ao redor das árvores para impedir sua derrubada. Mais tarde, realizou estudo para o governo sobre o impacto da mineração no Vale Doon, levando a Suprema Corte indiana a decidir que a atividade no local contrariava o direito à vida previsto na constituição. "Foi então que decidi que isso era o que eu deveria fazer pelo resto da vida", disse a Ecoa, às vésperas da COP26, Conferência pelo Clima da ONU, que começa hoje (31), em Glasgow, na Escócia.
Dali em diante, publicou vários livros e criou a Fundação de Pesquisa para a Ciência, Tecnologia e Ecologia, atuando em temas como a biopirataria, e a ONG Navdanya, que promove a biodiversidade de sementes, a agricultura ecológica e os direitos dos agricultores na Índia.
Em 2021, sua luta pela preservação de sementes foi contada em documentário e seu livro "Ecofeminismo", de 1993, ganhou uma nova edição no Brasil.
Shiva falou a Ecoa sobre a agricultura ecológica que, segundo ela, irá salvar o planeta e como a Terra, as mulheres e os povos originários estão na vanguarda desse processo.