O que há em comum entre férias em um bangalô erguido sobre palafitas nas Maldivas, onde as diárias custam mais de mil dólares, e uma incursão pelos confins da Amazônia para dormir na rede, tomar banho no rio e aprender a fazer artesanato com os índios? A resposta poderia ser muito pouco ou quase nada, mas a verdade é que, na base dessas duas propostas de viagem, está a busca por experiências autênticas, focadas em práticas tradicionais do destino e enriquecidas pelo contato imersivo com a população local.
Só isso já seria o suficiente para apontar na direção de um consumo consciente no universo das viagens. Mas, nos dois casos, as práticas vão além: as refeições são preparadas com ingredientes cultivados no quintal, os passeios são conduzidos por membros das comunidades locais e há uma preocupação constante com as pegadas que se deixa no meio-ambiente.
Bem-vindos ao universo do turismo sustentável - ou turismo responsável, a mais recente designação mundial para o termo. Um tipo de turismo onde a presença do viajante é uma ferramenta afiada não apenas para o desenvolvimento sócio-econômico local, mas também para a preservação da cultura e da natureza. Muitas vezes associado ao ecoturismo, ele agora atinge outras searas há até bem pouco tempo inimagináveis, inclusive o segmento de alto luxo.
"O turismo sustentável não é turismo de nicho, não é sinônimo de viver na natureza, acampar, se besuntar de repelente, fazer cocô no saquinho e sair carregando ele na mochila, esses clichês", diz Claudia Carmello, co-fundadora e diretora da Garupa, ONG dedicada à sustentabilidade no turismo que lançou o Guia Garupa do Brasil Autêntico, uma coletânea com as 40 melhores opções de viagens do bem pelo país. "Todo e qualquer tipo de turismo - urbano, de luxo, gastronômico, cultural, de esqui, em resort - pode ser sustentável, pode ser feito com menos impacto negativo e, principalmente, mais impacto positivo no lugar."
Confira a seguir oito experiências - das Maldivas à Amazônia, passando pela África e pela América Central - para quem quer fazer a diferença enquanto viaja.