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Descarte consciente: saiba o que fazer com medicamentos vencidos ou sem uso

Por Taís Ilhéu

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O que deveríamos fazer quando o xarope para tosse vence ou quando sobra um comprimido de antibiótico no final do tratamento? Como descartar esses medicamentos?

Da mesma forma que muita gente já sabe que óleo não se joga na pia da cozinha, deve imaginar que xarope também não vai para o ralo – e comprimido não vai para a lixeira comum!

O problema é que, no caso dos medicamentos, acaba sendo apenas isso: uma intuição. 

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Apesar do descarte correto de medicamentos ser previsto em lei há mais de dez anos, até dezembro de 2020 não havia uma regulamentação que tirasse essa ideia do papel. Faltava um acordo que envolvesse todos os agentes da sociedade responsáveis por descartar esses produtos da maneira correta: os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e, é claro, os consumidores. 

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Esse acordo foi formalizado em um decreto de âmbito federal há um ano e meio e, desde então, há uma mobilização para colocar em prática o sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares. Isso significa que, mais do que nunca, agora é dever do consumidor dar o destino correto aos frascos, comprimidos, cartelas de medicamentos e outros. 

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Para te ajudar a fazer corretamente a sua parte no descarte de medicamentos, Ecoa conversou com a farmacêutica Maria Aparecida Nicoletti, doutora em fármaco e medicamentos e responsável pela Farmácia Universitária da USP. 

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Cabe ao consumidor descartar corretamente medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso e suas embalagens. 

O papel do consumidor

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Maria Aparecida Nicoletti

Doutora em fármaco e medicamentos

O consumidor deve ter uma responsabilidade ativa no descarte correto de medicamentos, bem como de orientar as pessoas no seu entorno como parte de educação em saúde.

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O passo a passo do descarte

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O primeiro passo, explica Nicoletti, é selecionar, em casa, quais medicamentos serão descartados e segregá-los em um lugar longe do alcance de crianças e animais de estimação. É importante identificar, com uma etiqueta, que esses medicamentos serão descartados.

Separando

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As chamadas “embalagens secundárias” dos remédios, que incluem as caixas e as bulas, podem ser descartadas no lixo reciclável convencional, já que não tem contato direto com o medicamento. 

O que vai e o que fica

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Já aquelas embalagens que ficaram em contato com os comprimidos, cápsulas ou com o líquido, como frascos e envelopes, devem ser separadas para o descarte em pontos de coleta. Se possível, os medicamentos não devem ser separados destas embalagens primárias. 

Com os medicamentos devidamente separados e identificados, o consumidor deve levá-los, o quanto antes, para um ponto de coleta credenciado. Municípios com mais de 100 mil habitantes devem ter, pelo menos, um ponto de coleta para cada 10 mil pessoas. Esses pontos incluem Unidades Básicas de Saúde, farmácias e supermercados credenciados. 

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Levando para a coleta

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Como encontrar um ponto

Fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes devem orientar os consumidores sobre os pontos de coleta. Por isso, é possível encontrar no site de algumas drogarias e farmacêuticas orientações sobre onde descartar seus medicamentos. O site Descarte Consciente oferece ferramenta de busca para ajudar na localização dos pontos.

Quando você joga aquele antiácido na pia, ele não desaparece magicamente. Ao contrário disso, percorre um longo caminho no sistema de esgoto e contamina a água e o solo. O mesmo pode ocorrer com remédios jogados no lixo, que não recebem o tratamento adequado e acabam poluindo o meio ambiente com substâncias altamente tóxicas. 

O resultado disso são intoxicações acidentais, contaminação dos alimentos, impactos na vida animal e até o abuso de drogas, conforme alerta a farmacêutica Nicoletti. 

O perigo de descartar remédios no lixo convencional

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Maria Aparecida Nicoletti

Doutora em fármaco e medicamentos

Todos os insumos descartados incorretamente irão afetar a saúde de todos nós e o meio ambiente. As consequências virão diretamente para a população. 

Por isso é importante não só descartar os medicamentos corretamente, como também orientar outras pessoas a fazerem o mesmo!

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Edição: Fernanda Schimidt

Reportagem: Taís Ilhéu

Publicado em 12 de janeiro de 2022