'Isolamento na comunidade tem outra dinâmica', diz liderança do PE
A líder comunitária Anna Karla Pereira, que atua nos territórios periféricos de Recife, contou no UOL Debate de hoje que o processo de isolamento nas comunidades "tem uma outra dinâmica e de uma realidade de contato e afetividade".
"Se a gente está vivo hoje é porque temos laços. A gente faz a nossa parte porque precisa sobreviver."
Ela lembrou que a higiene é um empecilho na luta contra o coronavírus. "A gente fala muito na grande mídia de álcool em gel, mas não é uma realidade."
A solução encontrada, foi como o que já é comum nas periferias, inventiva. "A gente passou a falar sobre água e sabão e partilhar. Por exemplo, diluir o sabão em uma garrafa pet e fornecer essa garrafa para o vizinho que está sem água", explicou.
A segunda maior favela paulistana também apostou na coletividade. Gilson Rodrigues, coordenador nacional do G10 das Favelas e líder comunitário de Paraisópolis contou iniciativas realizadas lá.
Paraisópolis conta agora com a figura do "presidente de rua" que fiscaliza as "50 casas vizinhas". Atualmente, a favela conta com cerca de 420 presidentes e vice-presidentes de rua, segundo Gilson.
São os presidentes de rua os responsáveis por chamar as ambulâncias que a comunidade alugou para dar suporte. "É uma solução que é cara, custa R$ 5 mil por dia, mas entende que se o atendimento for rápido pode salvar vidas", explicou.
Além disso, Paraisópolis está trabalhando com o conceito de "casas de isolamento".
"Estamos agora criando a casa de isolamento, toda equipada e estamos tirando as pessoas testadas positivas que tenham contato com pessoas dos grupos de risco", disse Gilson.
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