Sacrificar humanos por imunidade de rebanho é, além de tudo, uma ideia ruim
Se sua ética tem sido tentada pelos exercícios hipotéticos de quem advoga uma suposta imunidade de rebanho como combate à contaminação por coronavírus, boas notícias para sua paz de espírito: além de tudo, a ideia é ruim.
O efeito rebanho é a imunização coletiva que uma comunidade recebe quando a maior parte de seus membros estão imunizados. Mesmo que alguns - desde que sejam poucos - não estejam, a comunidade acaba formando uma barreira que dificulta que os micro-organismos atinjam essas pessoas. Mas, para isso funcionar, o índice de imunizados tem que ser muito alto. Por exemplo, para manter o sarampo longe, 95% das pessoas precisam estar vacinadas.
Desde o início da pandemia, o movimento contra o isolamento social tem advogado em favor do efeito rebanho como método de combate: deixar que todos se contaminem, alguns sejam sacrificados e a comunidade se imunizasse como consequência. Além de ser mórbida e de ninguém saber, de fato, se o contato com o coronavírus cause imunidade, há agora dados concretos contra a ideia. Com mais de 27 mil mortos e o segundo maior número de infectados no mundo até agora, só 5% da população da Espanha teve contato com o coronavírus até agora. Melhor deixar a estratégia da imunidade coletiva pro gado.
Diariamente, Ecoa selecionará boas notícias como essas para te ajudar a ter um pouco de esperança e mais informação no meio da pandemia de Covid-19.
Outros bichos
O presidente tem razão, tem quem esteja se aproveitando do isolamento social. Não é gente, claro, mas tem. Desde que as pessoas saíram de cena, por todo o mundo têm havido relatos da natureza reocupando espaços, normalizando comportamentos e até reaparecendo onde estavam sumidos.
Com o tempo passando e as semanas se acumulando, no entanto, os efeitos positivos do "sumiço" humano sobre a natureza já começam a ter resultados concretos. Na Itália, pesquisadores observaram um aumento de 50% nas espécies de flores polinizadas por um grupo de abelhas, além da melhora da qualidade do mel. Menos prático, mas infinitamente mais bonito, é o show estrelado pelos cervos que ocuparam um parque de cerejeiras floridas - sem turistas este ano - no Japão.
Sem sacrifícios
A organização Mercy For Animals, que combate a exploração animal, lançou o projeto Comida Que Faz Bem, em parceria com a Instituição Redes da Maré. O programa tem como objetivo levar cerca de três mil refeições 100% vegetais para crianças e famílias vulneráveis no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro (RJ), que conta com cerca de 140 mil moradores. Para saber mais e doar, clique aqui.
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