Estudantes descobrem proteínas no kefir com ação antibiótica
Com uma ideia ambiciosa, as irmãs Samara e Sophia Rossi, de 17 anos, conquistaram o primeiro lugar na categoria Ciências Biológicas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), a maior mostra científica pré-universitária do Brasil, em abril. Elas fizeram um estudo sobre o kefir, leite fermentado produzido a partir de grãos similares a pedacinhos de couve-flor, descobrindo no soro da bebida um conjunto de proteínas que pode ser usado como um potente agente antibacteriano.
Chamado "Crise dos antibióticos: bacteriocinas do soro de leite de vaca fermentado por grãos de kefir. Uma possível solução?", o projeto teve como objetivo de buscar uma alternativa natural, eficaz e barata para combater enfermidades, contam as estudantes.
"Diferente de outros estudos sobre o kefir, que é rico em lactobacilos vivos e leveduras, nossa pesquisa não analisa o iogurte produzido pelo fermentação dos grãos. Nós utilizamos o soro, que é um dos produtos da fermentação que, em geral, é descartado. A ideia de usar o soro como nossa matéria prima é uma maneira de reaproveitá-lo, dando uma nova utilidade a ele", explica Samara.
Durante a pesquisa, proteínas encontradas no soro foram expostas a duas bactérias de coleção, a Escherichia coli (E. coli) e a Staphylococcus aureus, que podem causar desde intoxicação alimentar a doenças gastrointestinais e infecciosas.
Uma análise apontou a ação antibiótica positiva após 48 horas de exposição, eliminando as bactérias. "A partir de 1% em relação ao todo nós já conseguimos a ação antibiótica."
Como próximos passos da pesquisa, as estudantes pretendem avaliar a capacidade dessas proteínas de auxiliar antibióticos já inativos ou com baixa atividade a voltarem a ter um desempenho adequado, pois assim seria possível aumentar a vida útil dos mesmos.
Desenvolvido durante o curso técnico em química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP), do campus de Suzano (SP), com a coordenação das professoras Raquel Manhani, Débora Higuchi e Fernanda Sales, o projeto também foi considerado o melhor do estado de São Paulo.
Sophia e Samara Rossi concluíram o curso técnico no IFSP em 2019, quando foram aprovadas no Enem para o bacharelado em Ciência e Tecnologia da UFABC (Universidade Federal do ABC).
Neste ano, a premiação da Febrace foi realizada apenas online, devido a pandemia de Covid-19. Geralmente, uma grande mostra de projetos ocorre na USP (Universidade de São Paulo). A 18ª edição da feira teve 355 projetos finalistas, desenvolvidos por 761 estudantes do ensino fundamental, médio e técnico de 295 escolas de todo o país.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.