SP quer que propostas de reabertura da economia protejam mulheres
Há algumas maneiras de pensar uma reconstrução e, graças ao momento propício, todas elas têm exemplos práticos no mundo agora.
Entre elas, tem quem decida simplesmente deixar o barco correr e salve-se quem puder. Por hoje, deixemos de lado o exemplo que temos em casa, e vamos de Suécia: embora o país pelo menos tenha um plano de enfrentamento da pandemia, o plano é do tipo que, aparentemente, inclui deixar quem é velho morrer mesmo.
Tem quem invista dinheiro público pesado em um plano para proteger e reerguer a economia, como o Japão, que já está na segunda parcela de US$ 1 trilhão de seu auxílio emergencial. E tem quem pese a mão no investimento com a mesma força, mas adotando atualizações para corrigir desigualdades e erros passados e criar uma economia para os novos tempos. Como a UE, que aprovou um pacote de 750 bilhões de euros, dos quais dois terços seriam repassados aos países membros a fundo perdido, desde que atendam a quatro das cinco prioridades da UE: zerar emissões de carbono, digitalizar a economia, construir uma cadeia de suprimentos menos dependente de importações e manter o bloco como interlocutor China e Estados Unidos.
A capital paulista não se encaixa em nenhum desses exemplos. Mas o prefeito Bruno Covas indicou nesta quinta (28) que existe uma preocupação em mitigar os agravantes causados por desigualdades quando chegar à fase de flexibilização. Isso porque o prefeito pediu que as entidades setoriais que incluam projetos que protejam os empregos das mulheres em suas propostas de retomada. O cuidado, segundo ele, foi tomado porque já há planos para a economia reabrir, mas escolas e creches estão fora de cogitação. Com quem ficariam então os dois milhões e meio de crianças em idade escolar da cidade?
"A pandemia está aprofundando as desigualdades pré-existentes, expondo vulnerabilidades nos sistemas sociais, políticos e econômicos, que por sua vez estão ampliando os impactos da pandemia. Em todas as esferas, da saúde à economia, da segurança à proteção social, os impactos da covid-19 são exacerbados para mulheres e meninas simplesmente por causa de seu sexo", diz a ONU. A desigualdade na divisão dos cuidados é uma das que fica exposta agora.
A fala do prefeito, por enquanto, parece estar no âmbito da intenção, já que não há nenhuma indicação desse pré-requisito na página aberta para o recebimento das propostas. Ou seja, mal é notícia. Mas é boa.
Mulheres em situação de rua
As mulheres são minoria na população em situação de rua, mas são maioria entre as vítimas de agressão desse grupo. "Embora mulheres não sejam a maioria na população de rua, elas são o grupo mais vulnerável às violências. E o que mais nos chocou foi a questão dessas mulheres terem que esconder sua feminilidade, não serem vista como mulheres, para não se tornarem vítimas de violências", diz Pâmela Lessa. Ela é criadora do coletivo Pretas Ruas, que acolhe e trabalha com mulheres nessa situação, e que vivencia novas necessidades e emergências durante a pandemia. Para saber mais e doar, visite solidariedadenasruas.bonde.org
Adote uma diarista
Mulheres também são maioria entre as trabalhadoras domésticas diaristas, uma das categorias mais prejudicadas pelo isolamento social. A comunidade Paraisópolis, segunda maior favela de São Paulo, tem uma campanha de transferência de renda para as muitas mulheres nessa situação que vivem lá.
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