Presidente da Cufa: 'Covid é cabide da desgraça no armário da desigualdade'
O Presidente da Cufa (Central Única das Favelas), Preto Zezé, afirmou hoje que a covid-19 "é o cabide da desgraça no armário da desigualdade" no Brasil.
Zezé participa do UOL Debate com o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha e a médica Júlia Rocha, colunista de Ecoa.
"O que a gente percebeu é que embora o naufrágio seja generalizado, o afogamento é seletivo", explicou Zezé, lembrando que "tem gente fazendo churrasco de jet sky" enquanto o país está perto de alcançar os 100 mil mortos pela pandemia.
Padilha ressaltou que existe "um fosso de sobrevivência" entre pobres e ricos e que isso impactou nas ações. "Esse fosso fez com que alguns governantes tivessem essa postura quando a pandemia pegava os seus médicos, os hospitais que eles frequentavam e passaram a ter outra quando a situação estava mais controlada nesses hospitais privados", alegou.
Além disso, o líder comunitário lembrou que o coronavírus chegou ao Brasil por meio das pessoas ricas. "Os ricos foram descuidados e trouxeram o vírus para cá, no entanto, os mais sacrificados são os pobres", afirmou. A isso, Padilha acrescentou que as primeiras mortes em São Paulo e no Rio de Janeiro foram de trabalhadores domésticos.
Economia na favela
Zezé destacou ainda que o coronavírus impactou diretamente a economia na favela. " Cerca de 87% das mulheres que tinham negócio na favela quebraram", afirmou.
Ele também lembrou que são essas mulheres que ficam em casa, cuidando dos filhos.
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