No Dia Nacional da Habitação, entidades se unem pelo direito de permanecer
Em tempos de coronavírus, o acesso à moradia, bem como à água e uma alimentação adequada, se torna ainda mais urgente. Ter uma casa para se proteger é, sem exagero, uma questão de vida ou morte. Durante a pandemia, de acordo com dados do Data Favela de 2020, 72% dos moradores de favelas têm o padrão de vida rebaixado ao passar uma semana em isolamento. Como se não bastasse, uma onda contrária tem acelerado processos de remoções, comprometendo a sobrevivência de milhares de famílias.
Para falar sobre a urgência da questão, entidades como a TETO, que há mais de 10 anos se dedica a projetos que visam a superação da pobreza nos locais mais precários do Brasil, reforça o "direito de permanecer". Em um manifesto divulgado nesta sexta (21), Dia Nacional da Habitação, a organização chama atenção para a importância de "permanecer saudáveis, vivos, em suas casas e territórios, protegendo-se da contaminação e construindo soluções para as crises financeiras e sociais que acompanham a pandemia".
Diante das ordens de despejo que têm ocorrido em diferentes estados brasileiros, assim como o estado de vulnerabilidade em que vivem milhares de famílias nestes territórios, a organização se une ao Movimento Despejo Zero, que engaja entidades e a sociedade civil contra os processos de remoção no país.
A campanha é uma ação nacional com apoio internacional que visa a suspensão de qualquer atividade ou violação de direitos, sejam elas fruto da iniciativa privada ou pública, respaldada em decisão judicial ou administrativa, que tenha como finalidade desabrigar famílias e comunidades.
Segundo a Teto, trata-se de uma campanha permanente, de construção coletiva e aberta a toda sociedade, sobretudo aos movimentos sociais e populares comprometidos com a defesa dos direitos humanos, direito à cidade e aos territórios.
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