Conversa de Portão #6: Entenda o que é o racismo ambiental
A maior parte dos riscos ambientais decorrentes da atividade humana recai desproporcionalmente sobre alguns grupos étnicos mais vulnerabilizados, como negros e indígenas, enquanto os bônus da exploração são usufruídos principalmente pela parcela branca da população. No sexto episódio do podcast Conversa de Portão, a biológa Gabriela Trindade fala sobre o conceito de racismo ambiental.
O termo foi cunhado nos anos 1980, segundo ela, em um estudo norte-americano que provou que a raça era a variável mais importante associada com a localização de lixões. Mas o fenômeno já existia desde muito antes, e segue atual. No Brasil, para a professora de ciências biológicas e mestranda em movimentos sociais e educação ambiental, isso atravessa toda a história do país desde 1500.
"Você tem toda uma política pública de Estado, e todo o imaginário que se entranhou na nossa cultura, na nossa mentalidade, que permite o incentivo às queimadas, que permite a violência contra população indígena. Você tem a ideia de que progresso é explorar os bens naturais, é explorar determinados grupos sócio-raciais até o nosso limite", afirma (a partir de 10:07 do arquivo acima).
"Aqui no Brasil, a gente tem uma galera muito interessante na Fiocruz fazendo o mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e saúde no Brasil que trazem os dados bem interessantes", conta (a partir de 8:49 do arquivo acima). "Eles apuraram que entre 2010 e 2016, quem sofreu mais conflitos ambientais e com situações de injustiças ambientais aqui no Brasil foram os povos indígenas e negros".
Em um cenário de flexibilização das leis ambientais, não são apenas queimadas e desmatamento que aumentam vertiginosamente. "Há um aumento da violência contra população indígena, população ribeirinha, comunidades locais. A gente tá assistindo ao maior número de conflitos no campo dos últimos 10 anos, maior assassinato de indígenas dos últimos anos", afirma (a partir de 21:54 do arquivo acima).
Conversa de Portão é um podcast produzido pelo coletivo independente Nós Mulheres da Periferia que, todas as terças, traz a opinião, análise ou histórias de mulheres sobre notícias que são importantes para esse grupo.
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