Instalações de arte ocupam Parque Ibirapuera para discutir espaço coletivo
Como será o uso dos espaços coletivos depois da pandemia? Em um momento pós-isolamento social intensivo, uma mostra de arte vai ocupar o espaço público trazendo este e outros questionamentos sobre a cultura e a vida em comunidade. A partir do próximo sábado (07) até o dia 6 de dezembro a décima edição da Mostra 3M de Arte, com curadoria de Camila Bechelany, leva 10 instalações que podem ser visitadas gratuitamente no Parque Ibirapuera, em São Paulo.
O Coletivo Foi à Feira, por exemplo, apresenta o projeto "Objeto Horizonte", uma obra em que as pessoas podem deixar áudios enviados a um receptor que transforma as vozes, a partir de um sistema operacional, em inserções aleatórias de sons. O resultado, segundo os autores, será como escutar uma viagem no tempo.
"A ideia foi mesmo de uma 'nave espacial', cápsula do tempo que pudesse manter as memórias durante vários anos", conta Clarissa Ximenes, uma das integrantes do coletivo ao lado de Gabriel Tye, Luís Filipe Pôrto, Matheus Romanelli e Rayza Mucunã.
Já a obra de Rafael RG, intitulada "O Brilho da Liberdade Diante dos Seus Olhos", foi pensada a partir de seu interesse por astronomia e inspirada na biografia da abolicionista e ativista norte-americana Harriet Tubman —mulher negra que lutou pelo fim da escravidão nos EUA e fazia sua rota de fuga baseada na observação da constelação da Estrela Norte.
Uma instalação na área externa e no Planetário do Ibirapuera com backlight em 3D vai mostrar as constelações e desenhos sobre as rotas de fuga no Brasil, fazendo um paralelo entre a história de Tubman e a reflexão de que a liberdade está na observação do céu.
Dos 10 projetos que estarão expostos pelo parque, quatro deles foram selecionados por meio de edital. De acordo com a organização do evento, este ano foram recebidas 338 propostas de instalações —222 a mais que o edital do ano anterior.
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