Ativismo de sofá? Como as redes sociais podem ajudar a mudar o mundo

Quem pode, fica em casa. Essa foi uma das realidades impostas pela pandemia do coronavírus. Enquanto a vacina não chega para todos, o isolamento social é, junto com as medidas de higiene e uso de máscara, a única forma de evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Em meio a esse cenário, o ativismo digital ganhou ainda mais espaço.

Ser um ativista é, acima de tudo, entrar numa batalha para um mundo melhor, abraçar uma causa e lutar por ela. Você pode ser um defensor ou uma defensora dos direitos dos animais, alguém que luta pelos direitos da população em situação de rua ou uma pessoa que atua no combate à fome. Não importa sua causa, a internet pode ser uma grande aliada.

"Na pandemia a gente não pode ir para as ruas, mas também não podemos parar. Dar o primeiro passo, como fazer um vídeo ou postar uma foto, é importante. Depois disso, é ampliar as nossas possibilidades", comentou Amanda Costa, ativista, criadora do PerifaSustentável e mobilizadora de redes do Youth Climate Leaders, durante o evento Hora do Planeta organizado pelo WWF-Brasil e transmitido por Ecoa no sábado (27).

Desde antes da covid-19 fazer parte das nossas vidas, contudo, as redes sociais já eram entendidas como importantes para organização de ação social ou para a mobilização de causas. Manifestações pelo Twitter, eventos de protestos no Facebook e contas de ONGs no Instagram sempre foram importantes ferramentas no ativismo. Para a escoteira Ana Júlia Barreto, o ativismo digital é fundamental, também, para impactar os jovens.

Outro papel importante do ativismo digital é trazer outras narrativas sobre a mesma história, como explicou Rene Silva, criador do jornal comunitário Voz das Comunidades, durante o evento Hora do Planeta. A ideia do jornal comunitário foi mostrar a realidade na favela a partir dos próprios moradores e a internet tem um papel fundamental nisso.

Por outro lado, nem todas as pessoas no Brasil possuem acesso à internet e, portanto, às redes sociais. "O ativismo digital também tem que estar nos espaços físicos. A gente precisa sair da zona de conforto e ir para o espaço físico falar com a base", pontuou Rene.

Pensando em todas esses pontos, durante o painel "Ativismo digital funciona sim: mude o mundo de onde você está", mediado pela editora de Ecoa Fernanda Schimidt, os palestrantes Amanda Costa, Ana Júlia Barreto e Rene Silva trouxeram algumas dicas sobre como você, aí da sua casa, pode fazer para engajar as pessoas digitalmente:

Ana Júlia: "Você não precisa necessariamente fazer parte de uma ONG ou de um movimento social. No Twitter, você pode usar uma hashtag, dar atenção para os conteúdos que já são postados e divulgar de alguma forma."

Amanda: "Você precisa pensar no público que quer atingir e o que você quer com essa ação. Depois disso é só organizar como você vai divulgar isso de forma impactante."

Rene: "Você precisa furar a bolha para falar com diversos públicos. A gente também pode ser ativista e contribuir a partir das nossas próprias redes sociais, não necessariamente sendo um influenciador."

Fernanda: "Você também pode ajudar fazendo doações. Em Ecoa a gente tem uma lista de organizações para onde você pode doar."