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Fisioterapeutas oferecem tratamento gratuito a pacientes de covid-19

A fisioterapeuta Valquíria Cristina é coordenadora do programa que quer levar a reabilitação pós covid-19 a todos os pacientes - Arquivo pessoal
A fisioterapeuta Valquíria Cristina é coordenadora do programa que quer levar a reabilitação pós covid-19 a todos os pacientes Imagem: Arquivo pessoal

Núbia da Cruz

Colaboração para o Ecoa, em São Paulo

13/04/2021 06h00

Semanas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou em uma cama de emergência trazem aos pacientes de covid-19 muitas sequelas respiratórias e musculares. Para que se recuperem plenamente da doença, torna-se indispensável a intervenção e o acompanhamento de um fisioterapeuta.

Para suprir essa alta demanda de cuidados decorrentes do enorme número de pessoas que contraíram covid-19 no Brasil, em abril de 2020 foi criado o grupo "Fisioterapia sem Fronteiras". A iniciativa do projeto foi da fisioterapeuta Claudia Dutkiewcz, que diante do cenário que observou durante a pandemia, resolveu tomar alguma atitude para que o tratamento chegasse a todos os pacientes.

Inicialmente, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional ( COFFITO) não autorizava as consultas à distância, mas logo que conseguiram a autorização do órgão, em 15 dias o projeto já estava estruturado e com todas as burocracias resolvidas.

Com cerca 140 voluntários, o "Fisioterapia Sem Fronteiras" atende os pacientes em recuperação da covid-19 por teleatendimento. A plataforma utilizada é o WhatsApp, a consulta é sempre com dia e hora marcados, e podem ser feitas de todos os lugares do Brasil e por pessoas de qualquer idade. "Chegando para nós um paciente de covid-19 que precise de reabilitação nós iremos atender", diz a profissional.

Fisioterapia sem Fronteiras - Divulgação - Divulgação
Fisioterapia sem Fronteiras conta com 140 voluntários e atende a pacientes de todo o país
Imagem: Divulgação

Segundo a fisioterapeuta Valquíria Cristina, voluntária e coordenadora do programa, o tratamento é democrático e acessível a todos. Pacotes de feijão, garrafas de água e cabo de vassoura viram equipamentos de reabilitação. "É preciso se virar com o que a gente tem dentro de casa", diz ela.

Os pacientes chegam por meio de redes sociais do projeto e atualmente não há lista de espera para o atendimento. Primeiro eles passam por uma triagem, feita pela própria Valquíria, para alinhar a sua situação clínica e poder encaminhar ao fisioterapeuta responsável por iniciar o tratamento.

Além das limitações físicas e respiratórias, a profissional diz perceber nos pacientes sintomas de tristeza, ansiedade, angústia. Por isso hoje dentro do programa existe ainda um grupo de psicólogos voluntários para lidar com essas situações.

As consultas variam de 45 a 50 minutos. A fisioterapeuta passa os exercícios para o paciente fazer e observa, mas Valquíria explica que se o paciente estiver muito debilitado precisa de acompanhamento presencial. O tempo de tratamento vai de acordo com cada caso.

"A gente quer que esse paciente se reabilite, pelo menos saia da covid e tenha uma qualidade de vida, consiga respirar melhor, consiga ir ao banheiro, caminhar dentro de casa sem ajuda de ninguém", diz. "E para nós é uma grande satisfação poder vê-los sorrindo".

Até o momento 1200 pessoas já foram atendidas pelo projeto, totalizando cerca de 13 mil sessões de atendimentos. A coordenadora do programa ressalta a importância do profissional fisioterapeuta dentro da UTI, como o responsável por operar os respiradores, e depois no pós doença. "Temos a missão de reabilitar aqueles que ganharam uma chance de viver novamente, de uma forma digna, de uma forma bonita."

Para entrar em contato com o "Fisioterapia sem Fronteiras":
Instagram: @fisiosemfronteiras

Facebook: Fisioterapia sem Fronteiras Covid-19