Freira oferece amparo para mulheres em vulnerabilidade na pandemia
Irmã Helena Rocha não é uma mulher que se deixa esmorecer. Desde 2012 à frente da Associação Paulista de Amparo à Mulher (APAM), em São Paulo, viu sua casa ter que fechar as portas durante a pandemia da covid-19 deixando muitas mulheres desamparadas do lado de fora.
A ONG acolhe mulheres em situação de vulnerabilidade social e oferece cursos, workshops, palestras, rodas de conversa e encaminhamento para outros aparelhos sociais conforme a necessidade de cada uma. Com uma receita que vem quase toda de doações de pessoas físicas, a APAM depende ainda de bazares, feiras, bingos e outras atividades presenciais para arrecadar fundos.
Como coordenadora executiva desta obra da ordem religiosa à qual pertence, a freira arregaçou as mangas para manter o amparo às mulheres - até porque o pedido de ajuda das usuárias, com o aumento do desemprego e o isolamento social, que fez aumentar o número de vítimas de violência doméstica, cresceu.
Irmã Helena reuniu voluntárias e fez o possível para gerar renda. Juntas, costuraram máscaras, fizeram sabão caseiro e até comida para entrega - é a própria Helena quem leva as encomendas para os clientes. Isso permitiu que a APAM mantivesse seu trabalho, incluindo a acolhida feita pela assistente social e pela psicóloga, ainda que de forma remota.
As doações cresceram tanto no período que elas até doaram cestas básicas e kits de higiene para as usuárias. E uma parte das máscaras e sabões produzidos foram doados para abrigos de pessoas em situação de rua. Nada mal para um ano que parecia perdido.
Lutar pelo que acredita e deseja é o que move Irmã Helena. Aos oito anos foi para a escola pela primeira vez, realizando um sonho depois de muita luta com o pai, José, que dizia que menina não precisava estudar, mas trabalhar no roçado para ajudar a família pobre da zona rural de Bom Jesus da Lapa, na Bahia.
"Nossas filhas não vão ser como eu e você que mal assinam o nome", disse dona Maria Joana, a mãe. O pai se negou a dar dinheiro para comprar um lápis que fosse. A mãe pegou dinheiro emprestado e comprou o material completo; pagou a dívida aos poucos, com o que ganhava costurando. "E eu fui feliz da vida para escola", conta ela, hoje com 40 anos e freira da congregação Mensageiras do Amor Divino, com sede em Aparecida (SP).
Adolescente, foi para a cidade trabalhar como empregada doméstica por R$ 80 ao mês (menos que os R$ 136 do salário-mínimo da época, final dos anos 1990). Foi lá que ela descobriu a congregação. Nunca tinha imaginado seguir a vida religiosa, mas se sentiu atraída pela possibilidade de ser catequista e de servir ao próximo.
Ela conseguiu realizar mais um sonho de menina estudiosa: fez graduação em serviço social. E em 2012 foi transferida para a Associação Paulista de Amparo à Mulher (APAM), em São Paulo. "A pandemia só reforçou a importância do nosso trabalho. Mais que nunca é preciso acolher as mulheres", diz a freira.
Como ajudar o trabalho da Irmã Helena
Associação Paulista de Amparo a Mulher
Doações pelo PIX : 62.716.899/0001-09
www.apamsp.org.br
Fone: (11) 3662-3115
apam.sp@hotmail.com
@associacaoapam
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