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Casal cria plataforma de streaming de curtas para ajudar setor audiovisual

Luciana Damasceno e Daniel Jaber, fundadores da Cardume - Divulgação
Luciana Damasceno e Daniel Jaber, fundadores da Cardume Imagem: Divulgação

Lígia Nogueira

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

26/05/2021 11h29

Enquanto a produção de novos filmes foi interrompida e as estreias nos cinemas foram canceladas durante a pandemia, o streaming se consolidou como uma alternativa de entretenimento e, ao mesmo tempo, se tornou um meio de fortalecer o setor audiovisual. Foi pensando em abrir espaço para curtas-metragens e criar um público para o formato no Brasil que o casal de atores e produtores Daniel Jaber e Luciana Damasceno, de Belo Horizonte, criou uma plataforma que está ajudando a fomentar o mercado do audiovisual independente no país.

Lançada em 2019 com o intuito de difundir e internacionalizar os curtas nacionais, a Cardume funciona por meio de uma assinatura de R$ 5 por mês e destina uma parcela de sua renda aos produtores dos filmes em catálogo —atualmente, são 200 títulos disponíveis e, segundo Jaber, a meta em 2021 é lançar 100 curtas e médias-metragens que circularam nos festivais nos últimos anos.

A maior parte da renda é revertida para iniciativas de incentivo e formação para profissionais do setor: 50% da receita líquida é reservada para cursos e editais e 30% é repassada diretamente para os produtores dos filmes em catálogo.

A plataforma lança agora seu primeiro edital para produção de curtas-metragens de baixo orçamento. As inscrições serão abertas em junho e o projeto vencedor receberá uma verba de R$ 15 mil para a realização do filme. "Sabemos que hoje o maior problema da produção cinematográfica no Brasil é a falta de verba, que inviabiliza a produção de filmes maravilhosos. Acreditamos que são necessárias ações efetivas do meio público, mas que o meio privado também pode contribuir para o crescimento e desenvolvimento do setor", diz Jaber.

“14 Bis”, de André Ristum, com Daniel de Oliveira e Nicola Siri no elenco - Divulgação - Divulgação
“14 Bis”, de André Ristum, com Daniel de Oliveira e Nicola Siri no elenco
Imagem: Divulgação

O vencedor também terá consultoria, benefícios técnicos como diárias de equipamentos profissionais de cinema, cedidas pela locadora Filmes do Bem, e a distribuição do filme em festivais pela Tarrafa Produtora/Distribuidora. Além, é claro, de ter a chance de ser visto por um número considerável de pessoas que trabalham com cinema ou se relacionam diretamente com o meio artístico, já que o portal tem atualmente cerca de 46,5 mil acessos mensais.

"Nosso público é formado por muitos profissionais que buscam na plataforma referências para desenvolver seus novos projetos audiovisuais, além de pesquisadores e críticos do cinema brasileiro", diz o idealizador. "Temos também um público interessado em filmes nacionais premiados e para além do mainstream. Verdadeiras pérolas que circulam em festivais internacionais, recebem dezenas de prêmios, mas que os realizadores brasileiros não tinham onde exibir."