O que é filantropia? Instituições garantem acessos da saúde à educação
A origem da palavra filantropia deriva do grego e significa amor à humanidade, de forma geral esse é um dos principais sentidos do conceito. Pessoas, instituições e causas que ajudam pessoas em situação de vulnerabilidade em todo o mundo estão praticando filantropia. Cerca de 80% da população brasileira reside em municípios cobertos por serviços de instituições filantrópicas, de acordo com a pesquisa FONIF (Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas).
Ações, doações e outras causas filantrópicas ajudam a vencer dificuldades impostas pela desigualdade no país. Mas qual a real importância da filantropia em nossa sociedade? Como podemos ajudar nesses movimentos e trazer um pouco do conceito ao nosso dia a dia? Confira a seguir e entenda o funcionamento dessas instituições e pessoas em diversas esferas.
O que é filantropia?
Doar sem esperar retorno é um dos principais conceitos da filantropia, as instituições filantrópicas ou filantropos abraçam causas sociais e doam tempo, dinheiro e agem para mudar e ajudar a construir as ideias em que acreditam.
"A origem da palavra filantropia é grega, da época de Platão (347 A.C.). O filósofo instruiu seu sobrinho a investir os recursos da família para financiar uma universidade fundada por ele - a Academia Platônica. Os recursos ajudavam alunos e professores a manter a academia funcionando", aponta Thaís Iannarelli, diretora executiva da Rede Filantropia, plataforma de disseminação de conhecimento técnico sobre gestão do Terceiro Setor, que oferece capacitação para instituições sobre filantropia.
Iannarelli explica que o contexto histórico da palavra vai além de seu significado [amor à humanidade] e demonstra que o conceito difere da caridade por si só, sendo que a filantropia envolve esforços para promover o fortalecimento concreto da sociedade. "Enquanto a caridade busca eliminar o sofrimento causado pelos problemas sociais, a filantropia foca na eliminação ou na redução dos problemas em si", comenta.
"Trabalhamos nas capacitações com o conceito de Filantropia Estratégica, que envolve mudança efetiva, investimentos sociais, desenvolvimento e a atuação conjunta dos setores privado, público e da sociedade civil", completa.
Qual a importância da filantropia?
A filantropia ajuda a reduzir alguns impactos da desigualdade social e ampliar as pontes de acesso para atendimentos básicos, e os resultados são palpáveis em números, como o acesso à saúde, que tem se mostrado cada vez mais importante em tempos de pandemia de covid-19.
É graças à filantropia que este acesso está em 906 municípios brasileiros em que o atendimento é exclusivo de um hospital filantrópico ou Santa Casa. Na área da educação, as instituições filantrópicas têm 725 mil bolsistas no ensino superior e básico. Na assistência social, reúnem 47% das vagas ofertadas para serviços essenciais de proteção básica, de acordo com a pesquisa da FONIF (Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas) publicada em 2019, última que mensurou esses dados.
Pode-se dizer que doar é a alma da filantropia e a chegada da pandemia de covid-19 em 2020 despertou esse espírito em muitos e fez as doações dispararem, mas, agora, há uma diminuição do crescimento no decorrer dos meses, de acordo com dados do Monitor das Doações COVID 19. "A pandemia afetou bastante o Terceiro Setor. Em 2020, logo no início da pandemia, foi observado um grande aumento nas doações direcionadas às organizações, assim como um aumento no engajamento da sociedade em geral para apoiar as causas relacionadas à covid-19 e à fome. Em 2021, porém, esse engajamento diminuiu e a crise aumentou", comenta Iannarelli.
Para Iannarelli vivemos agora um momento em que o desafio é aumentar o número de doações às organizações filantrópicas para que as mesmas consigam manter as atividades e o ritmo dos projetos. "A filantropia é essencial para o desenvolvimento do nosso país. Em tempos de pandemia, as organizações do Terceiro Setor foram as responsáveis por fazer a ponte entre investimentos sociais, doações e as pessoas que mais precisam. Sem a existência e o impacto do trabalho dessas organizações, a diferença social que já é grande no país, seria incrivelmente maior", defende.
Qualquer pessoa pode ser um filantropo?
Os filantropos Bill Gates e Melinda Gates, que anunciaram a separação recentemente, firmaram compromisso para manter a instituição filantrópica que leva o nome de ambos e é a maior instituição privada do mundo do setor, que visa combater a desigualdade.
No entanto, a filantropia não está restrita somente às instituições milionárias ou às pessoas mais ricas do mundo. "Cada vez mais grandes empresas têm se preocupado em realizar ações estruturadas de investimento social, mas em termos individuais é possível agir, independentemente da classe econômica. Praticar a filantropia pode estar presente no dia a dia de todos com atos pequenos e voluntários", acredita Marcio Zeppelini, presidente da Rede Filantropia.
E não precisa ser apenas dinheiro: Zeppelini defende que ser filantropo não está necessariamente ligado à condição financeira e que também é possível doar tempo e ajudar causas voluntárias e pessoas. "Ser filantropo é se doar de alguma forma, para o bem de outros e da sociedade", completa.
Como praticar a filantropia no dia a dia?
A pedido de Ecoa, Marcio Zeppelini e Thaís Iannarelli da Rede Filantropia criaram uma lista para aplicar a filantropia no dia a dia. Confira a seguir:
1. Conhecer mais sobre o tema, que ainda é desconhecido pela sociedade brasileira em geral;
2. Encontrar uma causa com a qual se identifique, conhecer o que já existe em prol dela e se engajar da forma que for possível (divulgando, doando, colaborando);
3. Mobilizar amigos por alguma causa ou arrecadação que pode ser contínua ou esporádica;
4. Engajar-se em alguma atividade voluntária - presencial ou à distância;
5. Adotar um pet abandonado;
6. Doar a uma das diversas "vaquinhas virtuais" para causas sociais (Crowdfunding);
7. Proporcionar uma tarde diferente para idosos de uma casa de repouso ou para crianças de algum abrigo;
8. Doar seus livros, brinquedos, roupas e outros objetos (em bom estado) que não usa mais às comunidades que precisem;
9. Ajudar organizações a serem mais eficientes, levando conhecimento técnico de gestão às equipes gestoras.
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