Papo Preto #33: As origens da criminalização do funk
O movimento funk é o maior movimento cultural do planeta, e só no Brasil ele representa 10% da população, ou 20 milhões de pessoas. O gênero musical é o segundo mais tocado em todas as plataformas, perdendo somente para o sertanejo. Mas apesar disso, é um movimento que sofre com a estigmatização, discriminação e criminalização.
Para entender o porquê disso e as origens desses problemas, Yago Rodrigues entrevista neste episódio o produtor cultural e articulador nacional do Movimento Funk Bruno Ramos, que fala sobre o papel do funk hoje para periferias e favelas. Ramos estuda o movimento e a sua estigmatização há dez anos para orientar os artistas do meio e dar respostas às indagações do movimento.
Ramos conta que virou Conselheiro Nacional da Juventude para levar até Brasília a cada dois meses as demandas do movimento funk. "Levei para um lugar cheio de códigos, classista, elitista, com linguagem distante da nossa e ali eu vi muita gente que falava em nome da juventude brasileira e poucas tinham conhecimento da minha" (a partir de 14:50 do arquivo acima).
"O funk é político, sim, mas nossa política não é partidária, mas de posicionamento. É uma resposta aos ataques que sofremos todos os dias, somos um reflexo da sociedade", explica Ramos a partir de 18:50 do arquivo acima.
O processo de criminalização do funk, segundo Ramos, começou na década de 1990. "Não é um problema que começa com o funk e nem vai acabar com ele. O que o movimento sofre é o mesmo que sofreu o samba, depois o hip hop, estamos sofrendo 100 anos de criminalização da música negra no Brasil" (a partir de 23:52 do arquivo acima).
O funk chamado "proibidão", segundo ele, é o que sofre mais críticas porque fala de armas, de criminalidade. "Mas esses meninos que cantam não estão enaltecendo o crime, estão falando da realidade do contexto que eles vivem. Se incomoda é justamente porque ninguém conhece a realidade dessas pessoas" (a partir de 42:50 do arquivo acima).
Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.
Podcasts são programas de áudio que podem ser ouvidos a qualquer hora e lugar — no computador, smartphone ou em outro aparelho com conexão à internet. Você pode ouvir Papo Preto no canal do UOL no YouTube e nas plataformas de podcast Spotify, Google Podcast, Deezer, Apple Podcast e CastBox.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.