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Movimento utiliza críquete para mudar a condição social de 5 mil crianças

Roberta Moretti, jogadora de críquete em Poços de Caldas (MG) - Divulgação
Roberta Moretti, jogadora de críquete em Poços de Caldas (MG) Imagem: Divulgação

Lígia Nogueira

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

07/06/2021 10h33

Ainda pouco conhecido no Brasil, o críquete está ajudando a transformar a vida de milhares de meninos e meninas carentes em Poços de Caldas (MG), proporcionando a eles a chance de frequentar uma universidade e representar o país em campeonatos ao redor do mundo.

É o caso de Lucas Pacete Molesti Araújo, que conheceu o esporte aos 12 anos por meio de um projeto social da Associação Brasileira de Críquete na escola onde estudava. "Mudou a minha vida. Foi por causa do críquete que viajei pela primeira vez de avião, fui para fora do país representar o Brasil em campeonatos sul-americanos. Se não fosse isso estaria meio perdido hoje", diz o jovem de 20 anos, aluno da faculdade de Educação Física em Poços de Caldas.

Atualmente ele se divide entre a rotina de treinos, dá aulas, estuda e trabalha. "No período da tarde trabalho como ajudante na oficina do meu padrasto, que é pintor de carros e, à noite, faço faculdade online", conta. "Além de atuar no projeto social, treino com o objetivo de subir para a Seleção Brasileira."

O críquete trouxe uma luz para o futuro, me ajudou a ver que eu podia ter um caminho. O esporte me deu a oportunidade de viajar, conhecer lugares e culturas diferentes e ter uma possível profissão, daqui a alguns anos

Lucas Araújo, jogador de críquete

Lucas Araújo - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Lucas Araújo, jogador de críquete de Poços de Caldas (MG)
Imagem: Arquivo pessoal

Foi em 2011 que o brasileiro nascido na Inglaterra Matt Featherstone, ex-jogador profissional de críquete, criou um projeto social na cidade de Poços de Caldas para introduzir o esporte no país. Um ano depois, mais de 100 jovens estavam engajados no projeto. Hoje, após uma década, quase 5 mil crianças jogam no dia a dia —mais da metade delas são meninas— e o esporte é ensinado em mais de 50 escolas públicas, estaduais e municipais, para crianças de seis a 17 anos.

Campanha

Como não recebe financiamento, o críquete depende de contribuições independentes para dar continuidade aos projetos. Recentemente o Cricket Brasil criou um financiamento online com o objetivo de recrutar quatro novos treinadores brasileiros e financiar seu ingresso na universidade e construir um centro esportivo coberto em uma área carente da cidade para ensinar críquete, futebol, vôlei e dança, entre outras atividades.

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