Ação de agentes de saúde já doou 66 mil refeições à população de rua do RJ
Há pouco mais de um ano, os Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, deixaram de ser ponto de encontro para diversão e se tornaram ponto de encontro para a solidariedade. Desde abril do ano passado, quando a pandemia de covid-19 se tornou preocupação mundial, o casal de profissionais da saúde Pedro Henrique de Oliveira Borges e Jacqueline Alison Dun entendeu que era preciso se mobilizar e fazer algo a mais pela população em situação de rua da cidade.
"Como somos da área de saúde, já sabíamos que uma pandemia não se resolve do dia para a noite. Precisávamos agir para minimizar esse impacto", diz Jacqueline, que é biomédica. Eles contam que ficaram preocupados com a quantidade de pessoas em vulnerabilidade. "Fora a indignação com o governo federal de não fazer nada no início da pandemia - como o atraso do auxílio emergencial", diz Pedro, que é fisioterapeuta.
Foi daí que nasceu o movimento social Covid Sem Fome: uma manifestação de pessoas físicas, isentas de qualquer lucro, rendas governamentais, patrocínios ou parcerias fixas, interessadas - exclusivamente - em minimizar os impactos e garantir o direito à alimentação de pelo menos uma pequena parcela da população em situação de rua na cidade do Rio de Janeiro.
No início, o projeto chegou a distribuir marmitas diariamente nos Arcos da Lapa, atualmente são três vezes por semana porque as doações diminuíram, mais uma vez no bairro Jardim Gramacho. A ação conta com uma ampla rede de voluntários em diversos setores, como logística na distribuição das marmitas, estagiários de gastronomia e chefs profissionais para garantir a qualidade das refeições. Somam-se a esse time de cerca de 60 pessoas, voluntários das áreas de marketing, gestão e assessoria de imprensa, por exemplo.
A rotina da Covid sem Fome começa todos os dias às 7h, na cozinha da Unisuam (Centro Universitário Augusto Motta), tradicional instituição de Ensino Superior no Rio de Janeiro que cedeu a cozinha industrial do curso de gastronomia para o preparo das refeições.
Depois, os voluntários enchem em quentinhas e a equipe de logística as acondiciona em isopores para garantir a segurança alimentar de cada refeição. Os alimentos são, então, transportados para os Arcos da Lapa, onde o carro encontra com outra equipe de voluntários de distribuição e inicia a entrega, respeitando a fila preferencial para mulheres e idosos.
Até o mês de junho de 2021, a ação Covid Sem Fome doou 66.055 refeições, distribuiu 65.050 garrafas de água e ainda 1.649 cestas básicas para a população do Rio de Janeiro.
Mais do que ajudar, a ação vem despertando uma sensação "única e poderosa" nos voluntários. "Dar afeto e carinho a quem nada tem e ainda é rejeitado por todo um sistema, somente traz a paz e tranquilidade de estar fazendo algo por alguém que não conhecemos", reflete Jaqueline.
Ela conta que em novembro do ano passado teve covid e ficou internada na UTI. O projeto teve que diminuir o ritmo por oito dias, pois Pedro também ficou internado com suspeita de covid. "A gente pensava no pior e quando meu marido viu esse acolhimento, foi uma maneira de reenergizar o projeto e começar tudo de novo."
Para eles, ajudar quem mais precisa é uma grande inspiração de luta e revolução por um mundo melhor. "A motivação diária que temos é olhar olho no olho das pessoas que ajudamos e ver o carinho e respeito que eles têm por nós", conta Pedro.
Para fazer parte do Covid sem Fome, ou ajudar de alguma maneira, basta acessar o site www.covidsemfome.com.br
O grupo aceita doação de qualquer quantia:
Pelo PIX: 164.307.437-72
Pelo PicPay: @covidsemfome
É possível doar também mantimentos para a cozinha. Basta entrar em contato que voluntários fazem a retirada dos produtos.
Para contatos de parceria, falar direto com a Jacqueline via Whatsapp pelo número 021 99237-5093
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