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Ex-colegas se unem para reforçar o ensino de alunos de escola pública em SP

Grupo ajuda as crianças a fazerem tarefas de casa, trabalhos e dão reforço a quem precisa - Divulgação
Grupo ajuda as crianças a fazerem tarefas de casa, trabalhos e dão reforço a quem precisa Imagem: Divulgação

Rayane Moura

Colaboração para o Ecoa, em São Paulo

05/07/2021 06h00

A pandemia de covid-19 e as medidas de restrição e de isolamento social provocaram um efeito colateral na educação do país. Com as escolas fechadas e o ensino remoto, muitos alunos ficaram sem aprender. A desigualdade e a dificuldade de aprendizado só cresceram, principalmente pela falta de acesso à internet por grande parte dos alunos.

De olho neste problema, ex-colegas da Escola Vera Cruz, localizada no bairro de Alto de Pinheiros, em São Paulo, resolveram se unir e fazer algo que pudesse ajudar e fazer a diferença nesse momento tão crítico. O grupo se reuniu virtualmente e depois de uma série de conversas se organizou para ajudar as crianças de uma escola pública.

Assim nasceu o Mãos pela Educação, um grupo de profissionais que ajuda voluntariamente as crianças a fazerem as tarefas de casa, trabalhos que são pedidos e dão reforço escolar aos que precisam. O grupo ainda tem psicólogos para dar atendimento para as crianças e também para os pais ou responsáveis, se necessário.

Mãos pela educação - Divulgação - Divulgação
Projeto-piloto ocorre na Escola Estadual Alfredo Paulino, na Zona Oeste de SP
Imagem: Divulgação

"Entendemos que a oferta de uma educação pública de qualidade é essencial para a redução das imensas desigualdades presentes em nosso país", explica Mônica Ferraz Ivamoto, 46 anos, advogada e uma das fundadoras do Projeto Mãos pela Educação. "Além disso, os processos educativos têm potencial de promover, nas novas gerações, a construção de valores e atitudes fundamentais para a solução de outros graves problemas que enfrentamos no Brasil."

O grupo escolheu para o projeto-piloto uma escola pública na Zona Oeste, a Escola Estadual Alfredo Paulino, por ser uma instituição que tem um corpo diretivo acessível e aberto para ações sociais como a pretendida por eles. "Começamos em 2020 os atendimentos a crianças de 2º a 5º anos, que foram selecionadas pela escola em razão de dificuldades no aprendizado agravadas pela pandemia e pela suspensão das aulas presenciais", conta Mônica.

Ela explica que todo o apoio pedagógico é realizado por voluntários que possuem formações diversas (arquitetos, publicitários, administradores, veterinários, advogados) e que dão apoio às crianças na realização das tarefas propostas pela escola. "Suprimos a falta de suporte familiar para a realização de tais atividades, seja porque os pais não têm a escolaridade necessária para realizar tal auxílio, seja porque passam a maior parte do tempo fora de casa em suas ocupações profissionais", diz.

Em 2021, todo o apoio foi mantido, focado nos estudantes do ciclo inicial (1º e 2º anos) com maiores dificuldades. Além disso, o projeto também realiza a arrecadação de fundos para a compra de lanches para todas as crianças nos atendimentos presenciais, e algumas cestas básicas que foram doadas às famílias.

"De modo a minimizar os riscos de transmissão do covid-19, substituímos os atendimentos presenciais por atendimentos online nos períodos mais críticos", conta da fundadora do projeto, que já realizou o atendimento pedagógico e psicológico a mais de 30 crianças.

Atualmente os atendimentos são 100% online. As crianças assistem às aulas de suas casas e, quando não dispõem de equipamentos ou acesso à internet, utilizam os equipamentos da central de mídias da escola. Cada voluntário atende apenas uma criança por horário.

Mãos pela educação - Divulgação - Divulgação
Voluntários têm formações diversas, como arquitetos, publicitários, administradores, veterinários e advogados
Imagem: Divulgação

O Mãos pela Educação também criou um grupo no WhatsApp para comunicação breve e assuntos referentes ao voluntariado. Por meio deste canal são organizadas as reuniões, além de informações referentes ao programa. É também um espaço aberto para a troca de experiências e melhores práticas. A ação realiza encontros quinzenais de aprendizado e capacitação com a coordenação da escola.

Monica diz que o projeto pretende continuar o atendimento após a pandemia, de modo a abranger outras escolas públicas e eventualmente outros ciclos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, além de ampliar o apoio financeiro para as escolas e famílias.

Os interessados em apoiar o projeto podem atuar como voluntários e/ou podem auxiliar financeiramente na compra de cestas básicas para as famílias. Basta preencher o formulário online clicando aqui!

As vagas para novos voluntários estão abertas. Para conhecer mais sobre o Mãos Pela Educação, acesse o site da organização clicando aqui.