Festival gratuito celebra visibilidade da mulher negra, latina e caribenha
Foi durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado na República Dominicana, em 1992, que se decidiu instituir o 25 de julho como marco para as mulheres negras na região. "O 25 de julho é a prova de que evento deixa legado, inspira, forma e transforma. E muito mais do que isso: a prova de que mulheres negras são ponta de lança, poderosas em suas movimentações e articulações", diz Jaqueline Fernandes, cofundadora do Instituto Afrolatinas.
Há 14 anos, a organização realiza o Festival Latinidades em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Latino-Americana e Caribenha. Repetindo o formato do ano passado, a edição de 2021, que acontece entre 22 e 25 de julho, é gratuita e acontece 100% online, no YouTube. Neste ano, o tema será Ascensão Negra e contará com a cantora, compositora e violonista baiana Rosa Passos, a cantora e atriz Zezé Motta, a cantora e compositora peruana Susana Baca, duas vezes ganhadora do Grammy Latino, e a economista e vice-presidente da Costa Rica Epsy Campbell Barr.
"É muito excitante para mim, enquanto artista e produtora, pensar que toda essa movimentação começou com um evento", afirma Jaqueline. "Mulheres negras somos cerca de 100 milhões na América Latina. Não é pouca coisa a riqueza que produzimos e a contribuição que damos para a sociedade em vários níveis. Não seria de se espantar que uma data como o Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha alcançasse uma proporção enorme, em função dos esforços dos movimentos de mulheres negras. Mas isso não foi rápido e nem simples. Tem sido uma construção de 29 anos."
No Brasil, o Festival Latinidades começou em 2008 e teve papel determinante na popularização do 25 de Julho no país. "Além disso, juntamente com diversas organizações dos movimentos de mulheres negras, incidiu para que o Dia da Mulher Negra se tornasse lei, o que aconteceu em 2014. Só falando em Latinidades, nós disputamos um marco de data, envolvemos diversos países e redes, criamos um espaço de encontro, cinco publicações, mais de 300 apresentações artísticas e um público de quase 400 mil pessoas ao longo de todas as edições."
Além da exibição do festival entre 22 e 25 de julho pelo YouTube Afrolatinas, com shows, gastronomia, literatura e rodas de conversa, em breve todo o conteúdo produzido será retransmitido pela televisão, graças a uma parceria com a Trace Brasil.
Inquietação
Jaqueline conta que o festival surgiu de uma inquietação ao perceber que potências do cenário artístico não tinham espaço no Distrito Federal. "Criamos o nosso próprio espaço e forma de reconhecer, visibilizar e gerar renda para mulheres negras, enquanto formamos e somos formadas pelos conteúdos da programação, que envolve música, literatura, audiovisual, moda, dança, artes visuais, ciência, política, filosofia e todo tipo de conhecimento produzido por mulheres negras."
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