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Grupo dá auxílio gratuito a mais de mil mulheres vítimas de violência

O grupo Tamo Juntas durante passeata de 8 de março, Dia Internacional da Mulher - Divulgação
O grupo Tamo Juntas durante passeata de 8 de março, Dia Internacional da Mulher Imagem: Divulgação

Carmen Lúcia

Colaboração para Ecoa, do Rio de Janeiro

27/07/2021 06h00

Uma postagem no Facebook foi o ponto de partida para a advogada Laina Crisóstomo pensar uma maneira de oferecer atendimento jurídico gratuito a mulheres em situação de violência. Com colaboração da advogada criminalista Aline Nascimento, nasceu o Tamo Juntas, Assessoria Multidisciplinar Gratuita para Mulheres em Situação de Violência.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), os casos de feminicídio cresceram 22,2%, entre março e abril de 2020, em 12 estados brasileiros, em comparação ao ano de 2019. O projeto ganhou força desde sua estreia há cinco anos e viu a chegada de mais profissionais, dentre advogadas, assistentes sociais e psicólogas.

"A Tamo Juntas tem como principal atividade prestar atendimento interdisciplinar gratuito para mulheres de poucos recursos financeiros em situação de violência. Somos uma organização não governamental, sem fins lucrativos e que desenvolve seu trabalho em âmbito nacional. A Organização promove ações educativas com foco na equidade de gênero e racial e combate a violência voltada para educação em direitos humanos", explica Leticia Dias Ferreira, copresidenta da Tamo Juntas.

A Tamo Juntas já atendeu mais de 1.000 mulheres em todo o país, tendo como diferencial oferecer atendimento acolhedor e comprometido com a luta feminista no combate a violência de gênero pautado em escuta ativa, sigilosa, ética e que busca não revitimizar as mulheres. "Através de orientação e assessoria profissional, queremos fortalecer a mulher em sua trajetória de reconstrução de uma vida sem violência bem como na responsabilização do agressor e na busca por reparação".

Atualmente, o projeto conta com aproximadamente 100 voluntárias profissionais, que estão presentes em 19 estados, principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste. "Atendemos mulheres que sofrem violações de direitos não somente dos seus agressores, mas sobretudo do Estado, que deveria oferecer proteção e reparação para a violação que sofreram. Algumas vítimas têm seus relatos desacreditados e invalidados pelo sistema de justiça, o que fortalece a tática de muitos agressores e do machismo estrutural", diz Leticia. Entre casos atendidos pelo grupo estão mulheres que perderam patrimônio indevidamente após divórcio, que perderam a guarda dos filhos acusadas injustamente de alienação parental, mulheres que lutam pelo reconhecimento da violência que sofreram e por reparação de danos.

Desde 2020, por conta da pandemia da covid-19, a organização ampliou os canais de atendimento para alcançar mais mulheres que precisam de ajuda, com contato via mensagens privadas nas redes sociais, email e Whatsapp. "As consultas individualizadas têm sido feitas remotamente por meio de chamadas de vídeo e acompanhamentos no próprio local quando necessário ", explica Letícia.

Para mulheres interessadas em atuar como voluntárias, é só entrar no site www.tamojuntas.org.br, fazer o cadastro e aguardar um retorno da instituição.