De uma promessa do Ramadã surgiu uma ação que já doou 5 mil marmitas em SP
O ditado popular "a ocasião faz o ladrão diz que as pessoas agem conforme as circunstâncias que estão vivenciando. Mas, e se trocássemos a frase para "a ocasião faz o benfeitor"? Estaríamos falando daquelas pessoas que agem pelo bem dos outros, independentemente da situação. Uma ideia que vai ao encontro do coletivo Comidê na Rua, que atua em São Paulo e é liderado pela cozinheira Fabiana Vajman, de 47 anos.
O Comidê na Rua nasceu em março de 2020, quando uma amiga que segue a religião muçulmana precisava entregar refeições para pagar uma promessa do Ramadã e contatou a Fabiana. "Como eu sempre estava envolvida em algo, ela me procurou com a oferta de algumas marmitas. Logo combinamos que seria para os moradores em situação de rua e pessoas que estavam sem poder trabalhar por conta da pandemia", lembra.
Um amigo que tinha carro e fogareiro industrial ajudou. Com o tempo, as parcerias surgiram e, há alguns meses, juntaram-se ao time a cozinheira Cristiana Junqueira Rezende e o produtor teatral João Bernardes. Juntos, eles arrecadam verba, cobertores, roupas e mantimentos.
Em um grupo de WhatsApp, o time atualiza o coletivo sobre como estão os estoques e verbas, o que comprar, o que pedir nas campanhas, a data e o que servir nas ações. Combinados, a Fabi começa o preparo e, em seguida, eles chegam para ajudar com a comida, montar os kits, colocar tudo no carro e entregar, toda terça-feira.
As entregas não seguem muitos roteiros. "Paramos em alguns lugares costumeiros e abordamos também pessoas sozinhas. Muita gente se junta aos moradores de rua para pedir comida, especialmente entregadores de aplicativo, camelôs e garis. Atendemos todo mundo, não recusamos entregar comida. Está difícil para muita gente", diz.
Em mais de um ano de entregas, alguns parceiros se juntaram ao coletivo, como o pessoal do @sitiofontao, que manda alimentos orgânicos para ação semanalmente; o @institutofeiralivre que já mandou cestas básicas. E, especialmente, a Thais, do @achadospandemicos e a Luciana Abujamra do @looaboobrecho, "ambas vendendo peças de roupas boas, próprias e de doações, tudo a bons preços, e revertendo a verba para a nossa causa", disse. De tempos em tempos, o Comidê faz uma live solidária também pelo Instagram para arrecadar doações.
O Comidê prioriza a doação de comida feita com capricho e sempre quente. "Para a gente é primordial que a comida seja entregue quentinha, pois são seres humanos merecedores de alguma dignidade, e o poder público, em qualquer esfera e gestão, simplesmente ignora a questão. Ou seja, se a gente não fizer, ninguém fará", reflete a voluntária.
Junto às doações dos alimentos, chegam ainda cobertores, roupas e kits higiene que são entregues juntos, na mesma ação. Atualmente a ação já distribuiu mais de 5000 itens entre refeições e cobertores, e outros 2500 Kits de higiene.
Quem quiser somar ao coletivo é bem-vindo. "Aceitamos braços para ajudar a produzir e limpar a bagunça depois, caronas, dinheiro, itens de higiene e cesta básica, roupas funcionais em bom estado ou novas, cobertores, barracas, o que tiver. Porém, mais que se juntarem a nós, desejo que as pessoas façam suas próprias ações. Todo mundo pode - e deve - fazer algo por alguém. E tem vocês que estão lendo essa matéria e que podem começar suas próprias ações, por menores que sejam", diz Fabiana.
Para conhecer o Comidê na rua, doar e ser voluntário na ação, basta seguir o perfil no Instagram
Doações podem ser feitas no PIX do João 11983801991, da Cris 130.316.678-08 e no da Fabi fabiana.vajman@gmail.com.
O e-mail de contato é o fabiana.vajman@gmail.com.
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