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Ainda no colégio, garota de 15 anos faz história como cientista

Reprodução/Twitter @gitanjaliarao
Imagem: Reprodução/Twitter @gitanjaliarao

Carolina Vellei

Colaboração para Ecoa, de São Paulo

15/08/2021 06h00

Gitanjali Rao não apenas está buscando solucionar problemas da humanidade, como também está liderando uma nova geração de cientistas que não se deixam limitar por estereótipos. Bem diferente da imagem clichê de cientistas, geralmente retratados como um homem branco com jaleco, Gitanjali é uma garota de 15 anos nascida no estado do Colorado, nos Estados Unidos.

A revista Time elegeu Gitanjali como a "Criança do ano", em 2020. A escolha foi feita por um comitê de especialistas em diversas áreas após ela se destacar dentre as mais de 5 mil indicadas para o título inédito da publicação.

Ela chamou atenção no meio científico ao usar inteligência artificial e criar aplicativos para resolver problemas como água contaminada, cyberbullying e dependência em opioides."Sempre tive uma grande paixão por ajudar outras pessoas", disse à revista.

Rao é apaixonada por ciência e tecnologia e quer criar uma comunidade global de jovens inovadores para resolver problemas no mundo todo. "A geração Z e os millennials estão mais engajados na ciência do que nunca", disse ela. "É importante porque as crianças podem tornar o nosso mundo melhor, mais forte e mais sustentável."

Longe dos estereótipos

Gitanjali Rao na capa da revista Time - Divulgação - Divulgação
Gitanjali Rao na capa da revista Time
Imagem: Divulgação

Rao também é uma das quatro estrelas de "Not the Science Type", um documentário que destaca mulheres inovadoras que estão enfrentando barreiras tradicionais no campo científico, como discriminação de gênero, raça e idade.

A jovem frequenta o segundo ano do Ensino Médio de uma escola especializada nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, na sigla em inglês), a STEM School Highlands Ranch.

Ela diz que está acostumada a não ser o que as pessoas esperam quando pensam no estereótipo de um cientista. "Muitas vezes eu fui a única garota em uma aula de programação com 25 caras. São coisas assim que realmente mostram que fizemos progresso, mas ainda há muito a ser feito", acredita.

Sua ideia é criar uma comunidade de jovens inventores. Além de estudante e cientista, ela é palestrante e já orientou em seus treinamentos mais de 30 mil alunos em temas da área de ciências.

Jovem inventora

Rao desenvolveu um dispositivo que usa a tecnologia de nanotubos para medir os níveis de chumbo na água e que, em seguida, envia os resultados via smartphone. A invenção foi batizada de Tethys, em homenagem à deusa grega da água doce, e segue em testes para ser produzida futuramente em larga escala.

A jovem também é criadora do Kindly, um aplicativo e extensão para o navegador Google Chrome capaz de detectar cyberbullying em estágio inicial com base em inteligência artificial. A aplicação avalia os textos digitados e, caso identifique algum conteúdo intimidador, dá a chance ao criador de refazer o texto de uma forma menos agressiva. "O objetivo não é punir. Em vez disso, dá a você a oportunidade de repensar o que está dizendo", defende.

Atualmente, Rao está trabalhando em uma maneira fácil de ajudar a detectar biocontaminantes na água, como parasitas. Além disso, está desenvolvendo um produto que ajuda a diagnosticar o vício em opioides prescritos em estágio inicial, com base em pesquisas genéticas.