Grupo Arquitetos Voluntários atua na linha de frente do combate à covid-19

Em março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de pandemia, a arquiteta gaúcha Daniela Giffoni decidiu que precisava fazer alguma coisa para contribuir no combate ao coronavírus. "Quando a pandemia chegou, eu pensei 'como um arquiteto pode contribuir?! Eu não posso ficar parada. Preciso ajudar de alguma forma'", disse.

Daniela tem experiência com projetos voltados à área da saúde e um dos seus clientes é o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), referência na capital gaúcha. Ao oferecer ajuda, ela foi informada sobre a necessidade de uma área isolada para que os profissionais de saúde, que atuariam na ala covid, pudessem circular e descansar sem entrar em contato com os demais.

Orientada pela demanda do HCPA, Daniela reuniu seis amigos arquitetos e fundou o Arquitetos Voluntários, coletivo que tem como objetivo construir espaços de descompressão em hospitais para profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate à covid-19.

"Como arquitetos, quisemos desconstruir a imagem de que espaços hospitalares remetem a doenças. Pensamos no lado humano dos profissionais da saúde para criar espaços motivadores, disruptivos e acolhedores", declarou a diretora executiva do coletivo.

O espaço no HCPA foi entregue em 40 dias, um tempo recorde de acordo com ela, e possui 360 metros quadrados. Desde então, o Arquitetos Voluntários não para de crescer. Em um ano e meio de existência, o número de voluntários aumentou para 120 e já foram construídos 17 espaços de descompressão em hospitais do Rio Grande do Sul.

Segundo a diretora, "o setor da arquitetura possui muitos fornecedores para construir os espaços. Eles perceberam que o Arquitetos Voluntários é um vetor para contribuir socialmente neste momento."

Atualmente, oito ações estão em andamento, sendo sete no Rio Grande do Sul e uma na Santa Casa de São Paulo, que procurou o coletivo para solicitar ajuda na construção de um espaço de descompressão.

Daniela ressalta que a expansão do projeto para outros estados é um passo importante, mas que requer cuidado e planejamento para manter os valores do coletivo.

"Sempre tivemos cuidado ao tratar a expansão de território, pois entendemos que um colaborador deve estar alinhado com nossa cultura organizacional para que a qualidade do trabalho continue alta. Em São Paulo, conhecemos uma arquiteta gaúcha que é conectada totalmente com nossos valores, o que permitiu a ação que vem sendo feita na Santa Casa", afirmou Daniela.