Projeto usa artes para cuidar da saúde mental de idosos durante a pandemia
O isolamento imposto pela pandemia de covid-19 tem afetado principalmente a população de idosos e é crescente a preocupação de autoridades médicas com a saúde mental dessas pessoas. Foi pensando nisso que a professora do curso de fonoaudiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Lenisa Brandão, criou o projeto Brincar de Viver no início da pandemia.
O projeto tem como o objetivo promover a inclusão social e a promoção da comunicação e da saúde mental de pessoas com mais de 60 anos e de baixa renda, incluindo pessoas que têm alterações cognitivas devido à demência e ao acidente vascular cerebral (AVC) por meio das artes e de muita alegria.
No primeiro ciclo do Brincar de Viver foram integrados 24 idosos, a inclusão digital dos participantes foi possível graças a um financiamento do Atlantic Institute, entidade internacional voltada à promoção da equidade e inclusão social de populações vulneráveis, que garantiu internet e tablets aos participantes.
Os participantes foram divididos em quatro equipes com atividades em grupo de dança, palhaçaria, contação de histórias e culinária. Durante 3 meses, por meio da plataforma Zoom, as reuniões aconteceram uma vez por semana e duravam uma hora. Cada mês teve um tema principal: comunicação, memória e imaginação.
O objetivo das reuniões foi criar situações de comunicação significativa e prazerosa para promover a interação social e capacitação. "Os participantes encontraram formas de adaptar o mundo virtual para a realidade de cada um para encontrar significado em suas relações. Isso quebra paradigmas de que idosos com diversidade cognitiva não conseguem interagir no ambiente virtual", conta Lenisa.
Para ter diversidade, foi firmada parceria com o SUS de Porto Alegre para mapear e incluir idosos autodeclarados negros, pardos e indígenas. A prioridade de inclusão no projeto foi dada àqueles que têm um cuidador ou familiar capaz de fornecer suporte pessoal.
O projeto tem colaboradores das áreas da saúde e das artes da própria UFRGS, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e da Universidade Federal de Santa Catarina.
Para o segundo ciclo, o financiamento do Atlantic Institute está sendo renovado e a expectativa é ampliar a turma para 54 pessoas. Aliado a isso, Lenisa também obteve um financiamento de pesquisa da Alzheimer's Society para pesquisar os benefícios da palhaçaria na comunicação e na qualidade de vida dos idosos.
"Houve uma aceitação muito grande da prática da palhaçaria, mesmo virtualmente. Nesse ciclo, iremos focar o projeto nos efeitos terapêuticos da palhaçaria na comunicação e na qualidade de vida de pessoas que vivem com afasia devido ao AVC", ressalta Brandão.
Ela também destaca que esse estudo contará com diversos colaboradores, incluindo a participação da Universidade Federal de Pernambuco, e está animada com a diversidade e conhecimento que essa parceria agregará ao projeto.
"Estamos muito felizes em misturar os gaúchos e os pernambucanos nos nossos grupos virtuais, pois eles têm muito a ensinar sobre arte, alegria e a riqueza da cultura popular nordestina para nós", afirma.
Para saber mais detalhes e como colaborar com o projeto, envie um e-mail para lenisa.brandao@gbhi.org.
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