Vitória-régia para comer? Loja vende sabores únicos para preservar Amazônia
Quando retornavam de Belém para São Paulo, o casal Bruno Rodrigues e Carol Vilanova ouvia vários pedidos para trazer ingredientes da Amazônia difíceis de serem achados no sudeste. "Nós percebemos que era uma oportunidade de negócio", diz a nutricionista. Assim nasceu a FlordeJambu.com, uma loja virtual especializada em produtos da amazônia.
A produção é comprada de pequenos agricultores familiares em estados como Amazonas, Rondônia, Pará e são sustentáveis. Assim, o negócio também ajuda na manutenção da biodiversidade do bioma. São mais de 23 produtores em um catálogo com mais de 100 produtos. Antes da pandemia, foram visitar pessoalmente a linha de produção de cada vendedor e certificar sobre a alimentação.
Segundo Bruno, a intenção é conectar o país com um dos maiores e mais importantes biomas. "Queremos contribuir para aquelas comunidades, pois só vemos notícias ruins vindas de lá", diz.
Em julho, o Imazon calculou que o desmatamento da Amazônia Legal foi 51% maior entre 2020 e 2021 do que entre agosto de 2019 a 2020 — ou mais de 5 mil quilômetros quadrados de floresta arrasada. Os dois municípios mais desmatados estão no Pará, justamente a terra natal de Bruno e Carol e onde ainda mora Heinrich Vilanova, terceiro membro do trio de sócios.
Junto com a floresta também se vão temperos, as castanhas, os cheiros que a biodiversidade amazônica produz. Ficam, então, sob os cuidados de agricultores familiares a produção sustentável que gera renda e preserva a floresta.
Mas encontrar a produção amazônica em outros estados nem sempre é fácil. Carol, então, buscou produtores e organizou a logística para enviar produtos de Belém e São Paulo para o Brasil. Com as vendas, inauguraram um ponto físico na capital paulista no final de 2020, na Rua Augusta. Neste ano, o negócio mudará para um local maior.
Ingredientes
Entre os ingredientes, estão o puxuri, uma espécie de noz-moscada versátil, que vai de carnes a pudins, o cumaru, similar à baunilha e a raiz de priprioca, usada para aromatizar cachaça. Há também a Vitória-régia em geleia e em conserva — a planta também pode ser transformada em pipoca e é considerada uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). E os populares pupunha, a castanha-do-brasil (ou Pará), o cupuaçu, cacau e chocolate.
Não só os amazônicos vão em busca dos ingredientes, mas curiosos e aventureiros da cozinha. Nos últimos anos, alguns dos sabores foram popularizados por chefs como Alex Atala em uma busca de apresentar o que se extrai da floresta e, consequentemente, sobre a importância de preservá-la.
"Eu sinto que contribuímos para a nossa casa, a amazônia. A gente se depara com tantos produtores e agricultores que tem um sonho que fica só em uma região, e quando a gente ajuda a distribuir o que eles produzem, fazemos parte desse sonho", diz Carol.
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