Voluntariado Einstein ajuda crianças a retomarem estudos em Paraisópolis-SP
A pandemia de covid-19 transformou a maior parte das interações físicas em virtuais. Se atentar ao mundo novo de telas ou híbrido pode ser uma tarefa complexa até mesmo para aqueles que já estão acostumados, e é um desafio ainda maior para crianças que têm dificuldades de acesso.
Essa nova realidade pode ter se tornado uma barreira excludente, de acordo com uma pesquisa feita em 2020 pelo Voluntariado e Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP), na capital paulista, que constatou que 70% das crianças da rede estadual e 59% da municipal não haviam acessado a plataforma de ensino das escolas na região.
O grupo que atende na comunidade de Paraisópolis (zona sul de São Paulo) há duas décadas havia interrompido as atividades com a chegada do novo coronavírus, mas com acesso aos dados do cenário, criaram o Programa de Apoio Pedagógico do Núcleo de Educação, que tem acompanhado alunos e auxiliado nas atividades online desde junho de 2020.
"A falta de alimentos e itens de higiene se tornaram problemas que precisavam ser atendidos com urgência, além das dificuldades das crianças e jovens do acesso à internet e dispositivos eletrônicos necessários para dar seguimento à rotina escolar", conta Telma Sobolh, presidente do Voluntariado Einstein.
Força para não abandonar a escola
O grupo conta com um time multidisciplinar de educadores, psicólogos, assistentes sociais e psicopedagogos que atende cerca de 300 adolescentes e crianças de forma virtual, além de realizar a entrega de alimentos e itens de higiene, que também são feitas na região de Paraisópolis.
Os profissionais ajudam com atividades extracurriculares, reforço escolar e auxílio da alfabetização. Com a volta às aulas, o grupo tem se dedicado ao acompanhamento de alunos com dificuldades de aprendizagem e realizado ações que visam impedir a evasão escolar.
"Estamos acompanhando a retomada em formato híbrido, é preciso que exista organização familiar em relação aos estudos e muito diálogo com esses jovens que estão voltando depois de tanto tempo longe das escolas. Para envolver os pais nesse processo, realizamos reuniões para reforçar a importância da aproximação dos familiares com as escolas", explica Sobolh.
Para a presidente, o movimento de se reinventar ajudou a mostrar a importância do serviço do voluntariado. Ela afirma que algumas práticas adotadas serão mantidas mesmo após a pandemia de covid-19. "Presencial ou a distância o voluntariado nos aproxima das pessoas cujas vidas queremos ajudar a transformar", diz.
Para Alessandra Crippa, de 49 anos, que há nove é voluntária do programa e realiza atendimentos pedagógicos presenciais e online, o exercício de ajudar é sempre uma troca em que todos ganham.
"O voluntariado é uma troca de amor e carinho. Em um momento como esse, ficar em casa me causava angústia e apreensão, porque era o momento que nossos beneficiários mais precisavam de nós", conta Crippa.
"A experiência da tutoria foi uma das mais importantes da minha vida, me aproximou das crianças e das famílias. Essas pessoas são muito importantes para mim. No final, acho que foi como uma via de mão dupla, porque também me fez bem", completa.
Para fazer parte do programa de Voluntariado Einstein é preciso ter quatro horas semanais disponíveis. O processo seletivo ocorre todo mês e começa com uma palestra sobre o tema. As inscrições podem ser feitas pelo telefone: (11) 2151-3580 ou pelo site.
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