Família organiza jantares coletivos para moradores de rua em Anápolis-GO
Um momento fraterno para levar amor e aquecer os corações de pessoas em situação de rua. É com esse ideal que uma família organiza jantares coletivos duas vezes por semana, na cidade de Anápolis, em Goiás.
O projeto Irmãos Invisíveis monta mesas embaixo de um viaduto e, nelas, moradores de rua participam de refeições coletivas. Nas ocasiões, eles contam suas lutas diárias aos voluntários, que passam a buscar formas de amenizar a vida difícil dessas pessoas.
"A ideia é fazer com que eles se sintam em um ambiente familiar. Eles mesmos falam que nós somos a família deles. No momento das refeições, geralmente é a hora em que nos sentamos com eles para conversar e ouvir suas demandas", explicou o biomédico Daniel de Oliveira.
Segundo o idealizador do projeto, a iniciativa procura servir comidas que os deixem bem alimentados. Lasanhas, macarronadas e até churrasco. A intenção é oferecer uma refeição que fuja da tradicional sopa ou caldo que geralmente recebem.
Daniel contou que teve a ideia de realizar os encontros semanais após ter tido um contato eventual com os moradores de rua, quando ofereceu marmitas que sobraram de uma festa.
"Um dia levei refeição para eles porque havia feito um evento e sobrou. Neste dia, fiquei muito impactado com o que vi. Pessoas famintas comendo como se fosse a última refeição da vida deles. Fiquei espantado com aquilo e decidi a partir deste dia, levar refeições semanalmente para eles", disse.
Junto com a esposa, a também biomédica Janaína de Oliveira, ele amadureceu o desejo de montar uma estrutura para atender a população vulnerável e viu que a pandemia do novo coronavírus potencializou os problemas dos moradores de rua. Foi aí que o projeto Irmãos Invisíveis saiu do papel.
A iniciativa atende cerca de 40 pessoas por noite. A equipe de voluntários vai às ruas todas as quartas e sextas-feiras. Além dos jantares coletivos, os Irmãos Invisíveis oferecem vários outros serviços, que vão de banhos até corte de cabelos, tratamento com podólogo e escolha de roupas e acessórios.
Na última sexta-feira de cada mês, uma celebração com bolo e doces comemora os aniversários do mês. "Quando a pandemia começou, usei a situação para acelerar nossos projetos. Os banheiros solidários estavam entre eles. Criamos vaquinha e fui atrás de patrocinadores para que pudesse acontecer", continuou Daniel.
A família tenta ajudar as pessoas para além do assistencialismo. Quem tem algum tipo de dependência química é encaminhado a casas de desintoxicação, basta ter vontade de se tratar. Já aqueles que não estão nas ruas devido ao vício, o projeto tenta ajudar a conseguir emprego.
Para Janaina, participar desse acolhimento é uma "experiência fantástica". Ela avalia que cuidar de pessoas "invisíveis" é algo sobrenatural. "Algo que Deus confiou a nós fazermos. Cuidamos de pessoas que têm sonhos, dificuldades, desejos e muitas frustrações. Pessoas como nós que, muitas vezes, só querem ser felizes", ressaltou
"Nosso desejo é expandir o projeto. Aumentar os dias de atendimento e nosso sonho é levar para mais cidades. Toda cidade, grande ou pequena, tem pessoas invisíveis. Nossa missão é cuidar, amar e respeitar", concluiu a biomédica.
Para manter o projeto, a família conta com doações e convoca mais pessoas a colaborarem com as ações solidárias de alguma maneira.
Para contribuir com o projeto, basta entrar em contato com os Irmãos Invisíveis pelo perfil no Instagram
Doações em dinheiro podem ser feitas por PIX (chave-celular): 62992289599
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