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Pesquisador cria grupo com 12 mil voluntários para ajudar idosos do país

Crismédio Costa diz que o movimento surgiu da preocupação com os idosos durante a pandemia - Arquivo pessoal
Crismédio Costa diz que o movimento surgiu da preocupação com os idosos durante a pandemia Imagem: Arquivo pessoal

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, em Recife

02/11/2021 06h00

Atento às necessidades de pessoas idosas, principalmente pelo cuidado maior durante a pandemia da covid-19, um grupo de pesquisadores e ativistas da saúde criou um projeto social que auxilia o pessoal da boa idade. O Vidas Idosas Importam monitora e mapeia demandas e as encaminha a parceiros que podem ajudar.

Idoso precisa de consulta? É encaminhado a médicos parceiros. Precisa de prótese ou órtese? Empresas parceiras. Fraldas? O projeto consegue doações. A mais nova ação é buscar conscientizar as famílias para que não deixem os idosos sem vacinação contra a covid-19.

O Vidas Idosas Importam já reuniu mais de 12 mil voluntários no país desde que começou a atuar e já ajudou aproximadamente oito mil idosos até agora.

Vidas idosas afetadas pela covid-19

Segundo Crismédio Costa, psicanalista alagoano especializado em gerontologia, o movimento surgiu em meio à situação pandêmica. O idealizador do projeto ressalta que, entre tantas dores e perdas, as pessoas idosas foram as mais afetadas pela doença e também por várias outras situações, como a desigualdade e a extrema pobreza.

"A falta de oxigênio e dignidade no cuidado às pessoas idosas em todas as suas diversidades é a demanda mais urgente. A dor doeu mais nas vidas frágeis, excluídas, desamparadas, entre tantas, as pessoas idosas", explica.

"Conseguimos dar visibilidade e valorização às pessoas idosas por meio de campanhas, redes de apoio e solidariedade nas comunidades e marcando presença nos espaços de controle social. O projeto também visa proteger o idoso da violência doméstica, que infelizmente ainda é uma realidade do Brasil", continua Costa.

A rede de parceiros que estão sempre em contato em todos os estados do país indica que o problema mais comum enfrentado pelo idoso é o preconceito com o envelhecimento. "É necessário ver e acolher a diversidade das múltiplas faces da velhice de forma positiva, com dignidade e respeito através de redes e grupos virtuais. São milhares de ativistas dos direitos humanos da pessoa idosa espalhados pelo Brasil inteiro", diz o Costa.

Segundo ele, esses ativistas estão realizando ações extraordinárias em prol da dignidade das pessoas idosas. "Nós visitamos as comunidades, as instituições de longa permanência. Nós visitamos as realidades das favelas e buscamos ajuda com especialista e ativistas."

Selo de reconhecimento

Para reconhecer trabalhos e incentivar ações que possam ajudar os idosos, o projeto criou o Selo de Direitos Humanos da Pessoa Idosa. Sara Sales, coordenadora Relações Institucionais do Vidas Idosas Importam, explicou a Ecoa que existem duas menções honrosas.

"Nós fizemos duas formas de reconhecer essas ações: a primeira é um selo, pessoas e instituições são contempladas pelo trabalho que realizam com as pessoas idosas. O segundo é um certificado de ativista", diz. "Eu falo sempre que trabalhar com pessoas idosas é apaixonante. Isso é um privilégio. Estar com a pessoa idosa e propor melhoria na vida dessa pessoa é muito gratificante", destaca Sara.

Para entrar em contato com o projeto, basta acessar a página no Instagram. Por este canal é possível se oferecer como um voluntário e também entrar em contato para pedir auxílio para um idoso da família ou para um grupo de idosos de alguma instituição.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado anteriormente no texto, Crismédio Costa não é médico. A sua formação é em sociologia e psicanálise, com especialização em gerontologia e saúde pública. O texto foi corrigido.