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Maria Gadú: O problema e a solução da crise climática são culturais

A cantora Maria Gadú na COP26, em Glasgow, na quinta-feira (4) - Divulgação
A cantora Maria Gadú na COP26, em Glasgow, na quinta-feira (4) Imagem: Divulgação

Flora Bitancourt e Kamila Camilo

Colaboração para Ecoa, de Glasgow (Escócia)

04/11/2021 17h23

Convidada para participar de uma conversa sobre a relação entre cultura e clima no espaço do Brazil Climate Action Hub na COP26, Maria Gadú defendeu que a demarcação de terras indígenas é uma das ações necessárias no enfrentamento à crise climática.

"Sem a consciência de que floresta de pé significa povo indigena e quilombola com seus direitos, esta discussão não vai andar para frente nunca. Enquanto poder e dinheiro forem protagonistas disso [a COP], a gente não vai conseguir discutir mais nada. Protagonista é o meio ambiente, é nossa casa, a mãe terra, e depois os povos que a protegem", disse ela em seu discurso.

Em entrevista à imprensa após o evento, ela explicou a relação que enxerga entre clima e cultura: "Não tem como separar uma coisa da outra. Eu acho que a solução e o problema do clima são culturais. A gente vem num exercício de cultura massificante, genocida, avassaladora em cima de outras culturas, e o meio ambiente e nosso planeta vão ficando em último lugar na nossa lista de prioridades".

A cantora e ativista viajou até Glasgow, na Escócia, junto com a delegação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). "Estamos vendo uma concentração muito bonita de povos indígenas e povos originários do mundo inteiro falando sobre a mesma coisa aqui na COP, e me assusta ter que dar um nome científico a algo que já está sendo dito há muito tempo pelos povos indígenas [sobre a necessidade de preservar a natureza]".