Ação de estudante de medicina leva atendimento para as ruas de 5 cidades
Em dezembro de 2019, a estudante de medicina Rebeca Pelosof e sua mãe, a médica endoscopista Adriane Graicer Pelosof, participaram da ação de Natal da ONG SP Invisível, organização voltada para ajudar e dar dignidade às pessoas em situação de rua.
"A ação aconteceu na região da cracolândia. Ao chegarmos lá, vimos que tinha um grupo de médicos realizando atendimentos. Então, começamos a acompanhá-los para entender o que eles estavam fazendo e como poderíamos ajudá-los. Foi muito chocante ver a situação daquelas pessoas, pois percebemos que aquela população era privada de atendimento básico e contínuo", conta a futura médica.
Ao voltar para casa, Rebeca estava decidida a encontrar uma forma de levar esse atendimento até os mais necessitados. O momento que ela encontrou para tirar a ideia do papel foi em maio de 2020. Com a pandemia avançando pelo país e as aulas suspensas, a estudante de medicina criou o 'Saúde da Rua'.
Ela, sua mãe, uma amiga do curso de medicina, Cibele Akaki, e seu primo, Gustavo Gracier, foram os participantes da primeira ação do projeto, que teve como objetivo rastrear possíveis casos de covid em pessoas em situação de rua.
"Percebemos que a covid era só a ponta do iceberg, pois muitos tinham problemas mais urgentes a serem tratados. Começamos realizando duas ações por semana. Em um mês, não sei nem como explicar, tivemos um boom. Uma estudante de medicina de Campinas falou com a gente e abriu uma filial do projeto na cidade. A Human Day nos convidou para ser o braço da saúde da ONG e tivemos mais de 200 pessoas interessadas em ser voluntários, sendo 150 estudantes da área da saúde e 79 médicos formados", conta Rebeca.
Atualmente as ações na cidade de São Paulo acontecem ao menos duas vezes ao mês, geralmente aos finais de semana, e se concentram em duas comunidades do bairro do Grajaú: Comunidade da Toca e Comunidade Anchieta.
Com a alta adesão ao projeto, o Saúde da Rua passou de 25 atendimentos por ação para 200, levando não só atendimento médico, mas também distribuindo kits de higiene pessoal, remédios e até encaminhando pacientes com casos graves a hospitais.
Além das cidades de São Paulo e Campinas, o projeto tem filiais em mais três cidades: São José do Rio Preto, São Carlos, ambas no interior de São Paulo, e Itajaí, em Santa Catarina.
Saúde da Rua para Elas
Além de institucionalizar o projeto, para atrair patrocinadores e poder receber doações em dinheiro e materiais de empresas do ramo da saúde, outra meta é oficializar o Saúde da Rua pra Elas, com ações voltadas especificamente para público feminino.
"Sabemos que quase 90% da população em situação de rua são homens, mas os 10% de mulheres são uma população ainda mais vulnerável. Elas sofrem muito abuso, geralmente estão muito reprimidas, sentem medo de ir ao atendimento e expor sua condição. Quero muito ajudar mais esse público", afirma Rebeca.
Para informações sobre voluntariado e como contribuir, acesse o site oficial do Saúde da Rua ou mande uma mensagem pelo direct da conta do Instagram do projeto.
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