Enem 2021: Ecoa te ajuda a revisar temas sociais que podem cair na prova
O Enem 2021 (Exame Nacional do Ensino Médio) começa neste domingo (21) com as provas de Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e redação. Entre os conteúdos cobrados nesse primeiro dia, questões envolvendo aspectos sociais costumam aparecer bastante (embora não se saiba como o exame vai ficar após possíveis intervenções do governo, como mostraram reportagens recentes).
Para ajudar aqueles que vão fazer a prova, pedimos para professores de cursinhos indicarem os assuntos que podem ser cobrados dentro da temática social — e separamos reportagens e artigos de Ecoa que os abordam.
Boa revisão e boa prova!
O impacto da pandemia
A pandemia do coronavírus e seus desdobramentos na sociedade são a grande aposta para a prova do Enem, na opinião de Talita Inamine Amaro, coordenadora do cursinho popular Mafalda, de São Paulo. "Acredito que a crise sanitária da covid-19 e seus impactos econômicos (como trabalho, renda e emprego) e sociais (educação, tecnologia etc.) são os temas mais proeminentes", afirma.
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Fome no Brasil
A fome é outro tema que pode ser abordado na prova. "Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o país passa por uma grave crise social, o que fez a fome estar novamente presente no cotidiano de milhões de brasileiros. Assim, fica ainda mais explícita a gritante desigualdade existente aqui", explica Renê Araújo, professor de Sociologia do Curso Anglo. Ele explica que, para enfrentar o problema, é necessário que o país avance em políticas públicas que ampliem e melhorem a distribuição de renda e o acesso aos alimentos.
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Trabalho informal e flexibilização das leis trabalhistas
Para Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH, a discussão dos direitos trabalhistas envolvendo a 'uberização' do trabalho é um tema importante — e que pode cair na redação. "De acordo com o IBGE, o número de desempregados no Brasil é estimado em quase 15 milhões. Para driblar o desemprego, as pessoas buscam alternativas e encontram na informalidade um modo de ganharem dinheiro para sobreviver. No entanto, elas perdem algumas garantias, não recebem por horas extras e podem trabalhar muito mais do que o previsto em lei, arcando com todos os riscos da atividade profissional", explica.
O professor Araújo completa: "Nesse cenário de pandemia, o grande contingente de pessoas nessa situação acabou chamando atenção para a vulnerabilidade e a precariedade em que elas se encontram no mundo do trabalho".
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Movimentos sociais e participação política
Para o professor Araújo, quem vai prestar o Enem deve estar por dentro da importância dos movimentos sociais nas sociedades democráticas. "É importante perceber que os movimentos atuam na sociedade, pressionam por mudanças ou manutenções que atendam às suas pautas e, assim, participam da vida política nos regimes democráticos. Este ano, por exemplo, movimentos da luta indígena foram à Brasília contra o Marco Temporal. Em Glasgow, movimentos ambientalistas buscaram pressionar as autoridades globais durante a COP26", afirma.
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Violência contra a mulher
Com a pandemia de covid-19 e a necessidade de isolamento social para evitar a disseminação do vírus, ampliou-se o debate sobre a violência contra a mulher — afinal, muitos estudos indicam que o ambiente doméstico é onde ocorre a maior parte das agressões e abusos. "Quando se trata desse assunto, é importante compreender que, além da agressão física, há outras formas de violência, como a psicológica, a moral, a patrimonial e a sexual. O problema é complexo e exige muito empenho para combatê-lo", explica o professor Araújo. Para ele, o tema também pode ser cobrado no Enem.
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