Papo Preto #57: Segurança privada e racismo, a morte de Beto no Carrefour

No último dia 19 de novembro, a morte de Beto Freitas, asfixiado por seguranças do supermercado Carrefour completou um ano. O caso emblemático de racismo no Brasil gerou comoção, mas também muita reflexão por parte dos movimentos negros do país.

Este episódio do Papo Preto, apresentado por Nataly Simões, editora da Alma Preta Jornalismo debate esse momento com Felipe Teixeira, coordenador do Movimento Negro Unificado no Rio Grande do Sul, e José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares.

Felipe Teixeira disse que o choque da morte do George Floyd potencializou a comoção nesse caso e ainda o fato de ter sido uma "morte filmada". "Foi uma morte que se prolongou, ninguém interveio, isso acaba causando uma situação de repulsa maior", diz a partir de 19:40 do arquivo acima.

Mesmo assim, segundo Teixeira, no caso do Beto teve gente tentando desqualificar a vítima. "O racismo brasileiro é um crime perfeito, porque transforma a vítima em culpado, e isso acontece sempre. Não é só uma questão da política ou da segurança privada, mas da sociedade."

José Vicente diz que o caso expôs uma questão desconhecida e que se tornou muito relevante para a luta negra. "Conhecemos outra face da questão, o envolvimento dos próprios funcionários direta ou indiretamente no crime de racismo, ajudando imobilizar ou se omitindo", diz.

"Isso mostrou uma questão que a sociedade brasileira não estava acostumada a questionar, como também o ambiente corporativo se manifesta", completa a partir de 32:37 do arquivo acima).

Papo Preto é um podcast produzido pelo Alma Preta, uma agência de jornalismo com temáticas sociais, em parceria com o UOL Plural, um projeto colaborativo entre o UOL, coletivos e veículos independentes. Novos episódios vão ao ar todas as quartas-feiras.

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