Famílias de Paraisópolis recebem 6 mil kits de Natal doados pelo Grupo UOL
William Silva, 25, está na correria há um ano para ajudar sua comunidade na favela de Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Como presidente de rua, responsável pelo cuidado direto de cerca de 50 famílias, os compromissos são muitos. Um deles é orientar famílias sobre a distribuição de alimentos e outros eventos de interesse da comunidade, e por isso esteve presente ontem (7) no Pavilhão Social do G10 Favelas. Entre segunda e quarta-feira, o local centralizou a distribuição de 6 mil kits congelados de Natal, doados pelo Grupo UOL para famílias em situação de vulnerabilidade.
Sem emprego devido à crise, William tem se desdobrado para dar atenção às necessidades das famílias de sua rua e também a sua própria, incluindo a mãe que está em tratamento contra um câncer de mama. "Vi muitas famílias de quem cuido saindo daqui com um sorriso no rosto. Famílias que até ontem não tinham uma mistura em suas geladeiras, e agora têm o alimento da semana, ou até mesmo da ceia", comenta ele, emocionado, ao reforçar a importância de doações como essa para ajudar população a atravessar esse momento.
Ele compartilha que grande parte das famílias que atende são mulheres, chefes do lar que perderam seus empregos com o agravamento da pandemia. A doação também fortaleceu William e sua família, já que assim como muitos vizinhos sua casa está dependendo de doações e dos bicos que ele às vezes consegue.
"Vou guardar o kit para comemorar com minha família. Tenho alguns familiares que não vejo desde o começo da pandemia e acredito que essa comida vai ser o gancho para nos juntarmos e matar a saudades", diz. O kit, entregue em sacolas térmicas, reuniu seleção de carnes natalinas como pernil, Fiesta, lombo, costela suína e filé mignon suíno da Seara. A ação é mais uma dentre as adotadas pelo Grupo UOL desde o início da pandemia para mitigar os efeitos da crise e combater a insegurança alimentar. Em abril, 40 mil cestas básicas foram doadas para famílias brasileiras a partir de parcerias com o G10 Favelas, a ONG Ação da Cidadania e os projetos Gastromotiva e Família Apoia Família.
Leidiane Santana, 34, dona de casa, também comemorou o recebimento do kit e já fez planos para a ceia. Ela aguarda ansiosamente a visita de um parente que vem da Bahia, sua terra natal, e com quem irá compartilhar a refeição de fim de ano. Leidiane chegou na fila do Pavilhão às 6h da manhã e ficou satisfeita por saber que a grande sacola térmica estava repleta de proteínas - ela conta que o aumento dos preços dificultou o acesso à carne em sua casa. "Temos consumido muito ovo, e às vezes frango. É raro comermos carne vermelha, e, quando dá, é aquela de segunda ou terceira... somente 1kg, uns 3 pedaços de carne", comenta.
Ela tem refletido muito sobre ações como essa e faz um paralelo entre a infância de seus filhos e a sua, ainda na Bahia, período em que também enfrentou a fome. "Na Bahia, minha família era muito humilde, eu e meus irmãos na infância passamos fome e não havia projetos como esse para nos ajudar. No dia de hoje, agradeço muito a todos que estenderam as mãos para a nossa comunidade." Para ela, é importante que a ajuda ao próximo não seja apenas no Natal, mas em todo ano, toda a vida.
Segundo Gilson Rodrigues, um dos fundadores e presidente do G10 Favelas, a inflação e o aumento dos preços dos alimentos têm tido reflexo direto nas filas das marmitas distribuídas em Paraisópolis. O número de pessoas tem sido muito superior ao de quentinhas, o que acaba gerado conflitos entre moradores.
Ele acredita que as entregas dessa semana servem de exemplo para chamar atenção de outras empresas. "Essa parceria é um exemplo para o Brasil, mostrando que as empresas devem contribuir para o combate à fome e à miséria. Precisamos de doações recorrentes", afirma, lembrando que o Grupo UOL foi um dos primeiros a contribuir com a comunidade durante a pandemia.
Para Gilson, o kit de Natal oferece o básico para uma ceia digna para as famílias. Sua vontade era de que todos pudessem ter uma mesa farta como as dos comerciais de televisão.
Um dos que sonha com a ceia de Natal recheada é José Amadeu, 61. Pernambucano e morador da comunidade há 42 anos, ele se cadastrou para os programas de auxílio do G10 há um ano, quando perdeu o emprego e não encontrou recolocação. A coletividade impera quando recebe alguma doação. "Por eu morar sozinho, consigo economizar e partilhar com conhecidos que estão em uma situação pior que a minha", comenta.
José conta que esse ano sua ceia não vai ter churrasco, mas diz que o kit vai ser suficiente para dividir entre a família e os amigos, "Se não fosse nós e Deus, estaríamos bagunçados na fome. Me sinto muito satisfeito de estar aqui e ver as pessoas na fila para pegar a alimentação do fim de ano".
Você também pode ajudar famílias como a de José, Leidiane, William e tantas outras em situação de vulnerabilidade. Acesse uol.com.br/doe e escolha para qual instituição você quer fazer uma doação.
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