Nutricionistas se unem para combater a insegurança alimentar em Sergipe
O combate à insegurança alimentar uniu 42 nutricionistas que realizam campanhas de arrecadação de alimentos, em Sergipe. O grupo criou o coletivo 'Nutris Contra a Fome' com o objetivo de ajudar pessoas em situação de rua, comunidades carentes e instituições solidárias afetadas financeiramente durante a pandemia do novo coronavírus
O coletivo realiza campanhas para arrecadação de alimentos entre os profissionais da área, empresas e população geral. Esses alimentos são destinados à montagem de cestas básicas ou para a confecção de refeições nas cozinhas solidárias nas cidades sergipanas de São Cristóvão e Itabaiana. O próprio coletivo, com doação interna de seus membros, entrega 100 cestas básicas mensalmente.
Segundo a nutricionista e professora da UFS (Universidade Federal de Sergipe) Márcia Cândido, que idealizou o coletivo, a ideia surgiu no início da pandemia em 2020, quando a situação de insegurança alimentar no país se agravou ainda mais.
"Montamos um grupo em um aplicativo de mensagens com 42 nutricionistas, a partir da visão similar em torno do nosso papel na busca por soluções por meio da cobrança do retorno de políticas públicas que haviam retirado o país do mapa da fome em um passado recente", diz ela.
Reativação de políticas públicas
O chamado dos profissionais foi logo atendido. Vários outros movimentos foram convidando o coletivo para somar esforços. "Seguimos com duas frentes: a construção de uma agenda de reativação de políticas públicas e a realização de campanhas de arrecadação e doação de alimentos para população em situação de fome", explicou.
Os profissionais voluntários trabalhavam em várias frentes: são agentes do SUS, professores de universidades públicas e privadas, nutricionistas residentes do Hospital Universitário, representante do Conselho Regional de Nutrição, mestrandos, doutorandos e graduandos de nutrição.
A união desses voluntários possibilitou ao projeto arrecadar mais de 22 toneladas de alimentos e produzir aproximadamente 1,6 mil refeições prontas. A ajuda chegou mensalmente a 90 famílias, com a doação de cestas básicas, e outras centenas de pessoas em situação de fome.
Entidades e ONGs parceiras
"Não há prazer em ver que não conseguimos atingir nem 1% da população em insegurança alimentar e nutricional e que estamos muito longe da solução ainda. O sentimento é de impotência, muitas vezes de desânimo e indignação. O que a gente gostaria mesmo é de que ninguém precisasse desse tipo de ajuda, porque a fome dói", disse.
O projeto mapeia as comunidades que estão descobertas de ações que promovam esse tipo de doações e identifica uma entidade como associação de moradores, igrejas, organizações locais que possa ajudar a cadastrar as pessoas que serão beneficiadas. Algumas ONGs parceiras também dividem essa tarefa, acrescentou a professora.
Fagner dos Santos é vice-presidente da associação dos moradores do Loteamento dos Pássaros, no município de São Cristóvão. Ele contou a Ecoa que o apoio do 'Nutris Contra a Fome' é de extrema importância para o local.
"É uma equipe muito focada na questão ajudar o próximo. Nos ajudam com o apoio de palestras e doações de cestas básicas. Temos muitas pessoas desempregadas e com dificuldade para se manter financeiramente. Somos pessoas humildes, uma comunidade esquecida pelo poder público. Mas tivemos esse apoio do grupo Nutris Contra Fome e somos gratos a isso", afirmou.
Quem quiser ajudar o coletivo, pode acessar o perfil do grupo no Instagram ou entrar em contato pelo telefone: (79) 98824.5892 e pelo e-mail: nutriscontrafome@gmail.com. Doações em dinheiro podem ser feitas por PIX: 79988370396 (chave-celular).
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