Mobilização de mais de 1 mi de pessoas leva ONU a aprovar decisão inédita
Bem-estar animal tem tudo a ver com preocupação com meio ambiente, pelo menos é o que diz, agora, a Organização das Nações Unidas (ONU). A entidade aprovou hoje (1º) uma resolução inédita que introduz o bem-estar animal como preocupação política essencial no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Mas o que isso significa na prática? A aprovação garante o comprometimento dos 193 países-membros, que aprovaram a proposta em consenso durante a 5ª Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente em Nairóbi, no Quênia, em proteger os animais e seus habitats. Outro ponto é que o Pnuma faça um estudo sobre a conexão entre bem-estar animal, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.
"A aprovação é uma ótima notícia, pois, pela primeira vez na história, o bem-estar animal vai ser tratado de forma oficial e muito mais séria pela ONU, incluindo a relação sobre a forma como os animais são tratados e as principais crises ambientais que o planeta enfrenta. É um marco histórico para os animais e para o movimento de proteção animal", diz Lucas Alvarenga, vice-presidente de Desenvolvimento Internacional da Mercy For Animals (MFA), que esteve no Quênia.
Como chegamos até aqui
A aprovação é resultado de uma mobilização que envolveu mais de 1 milhão de pessoas representadas por 27 organizações da sociedade civil, dentre elas estão Greenpeace Brasil, Mercy for Animals, 350.org, Instituto Luisa Mell de Assistência aos Animais e Meio Ambiente, o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, entre outras.
Entre os motivos que contribuíram para a proposta avançar na ONU, estão deter a perda da biodiversidade, mitigar as mudanças climáticas, reduzir a poluição e reduzir o risco de novas doenças zoonóticas infecciosas como formas de alcançar o desenvolvimento sustentável.
No Brasil, a coalizão enviou uma carta ao Ministério do Meio Ambiente, em janeiro, pedindo apoio do governo à resolução, o que aconteceu.
"A decisão da ONU é um passo importante para termos um planeta mais sustentável e que respeite todos os seres. Também oferece à comunidade global uma oportunidade de avanços significativos para o bem-estar animal, com impacto direto em impulsionar um novo paradigma na construção de sistemas alimentares sustentáveis e justos", afirma Cristina Mendonça, diretora executiva da MFA no Brasil.
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