Ação de combate à fome vira projeto de extensão em universidade na Paraíba
Uma ação de combate à fome que nasceu em 2020, em meio à pandemia da covid-19, ganhou tamanha dimensão que se tornou projeto de extensão em uma universidade da Paraíba.
Para contribuir com a consciência social dos estudantes, o projeto Saciar passou a aceitar a participação de universitários do curso de Relações Internacionais da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba). Juntos, voluntários e alunos produzem e distribuem alimentos a pessoas em situação de insegurança alimentar, na Grande João Pessoa.
A distribuição é semanal e oferece quentinhas e cestas básicas à comunidade carente. A Ecoa, o idealizador do projeto, o professor e economista Alexandre César Leite, contou que surgiu o entendimento de que a pandemia iria piorar muito a condição de parcela significativa da população, considerando que um número muito elevado de pessoas já vive em situação de insegurança alimentar.
"A pandemia só acentuou o problema. Havíamos saído do mapa da fome, mas muito do que existia foi sendo paulatinamente descontinuado. Na região Nordeste e em João Pessoa não é diferente, há indicadores de desigualdade de renda muito impactantes", destacou.
O docente explicou que resolveu atuar no combate à fome ao perceber que a situação continuava a piorar. Em um primeiro momento, pensou em organizar algo de forma isolada, mas logo percebeu que poderia impactar pessoas com um trabalho coletivo. Convocou amigos e outros voluntários e, em seguida, passou a contar com a ajuda dos universitários da UEPB.
"Nós ajudamos pessoas em situação de rua, vulneráveis, moradores de comunidades de assentamentos e comunidades de baixa renda", contou.
Mantimentos e quentinhas
O trabalho distribui mantimentos em comunidades e para pessoas que não têm renda e emprego, mas têm moradia e condição de cozinhar. Além disso, monta quentinhas para distribuir à população de rua.
"Hoje temos uma equipe fixa de cozinha, com aproximadamente seis voluntários. E também a participação de 12 alunos e ex-alunos da UEPB e da UFPB (Universidade Federal da Paraíba). Mas todos que nos ajudam com doações ou divulgação podem ser considerados voluntários", ressaltou.
Para além de uma realização pessoal, humanitária, o professor acredita que está colaborando na conscientização por realizar uma função social que é responsabilidade de toda a sociedade.
"A desigualdade que gera a pobreza, a miséria e, consequentemente, a fome, é responsabilidade de todos que compõem a sociedade. Então, sinto-me bem, prestando ajuda e caridade, claro, mas tentando fazer algo em prol de quem precisa, sendo consciente de que todos nós podemos ajudar", disse o professor.
Experiência extracurricular
Após perceber que muitas pessoas estavam inclinadas a participar de iniciativas que buscam ajudar comunidades vulneráveis, o professor avaliou que seus alunos na universidade ganhariam experiência extracurricular ao participar de uma ação social.
Alexandre explicou que a universidade pública tem que atuar em problemas sociais. Para ele, levar o projeto para a comunidade universitária é uma possibilidade de engajamento da universidade com mais um problema social. "A universidade pública já faz isso, muito, e talvez seja necessário divulgar mais e mostrar mais à sociedade. Seu papel é essencial para o desenvolvimento nacional."
Ana Luiza Guimarães Carvalho, 22 anos, está no 3º período do curso Relações Internacionais na UEPB. A Ecoa, ela contou o porquê de se tornar uma voluntária. "Acredito que foi, principalmente, a ideia de colocar em prática, mesmo que em menor escala, o que é estudado sobre as formas de combate à insegurança alimentar. Além de ter a oportunidade de estar em contato com um projeto que realmente busca causar um impacto positivo na sociedade", disse.
conhecer o projeto, acesse o perfil do Saciar no Instagram. Você pode doar em dinheiro pelo PIX: projetosaciar13@gmail.com (chave-e-mail).
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