Com Anitta e mais famosos, Brasil se mobiliza pelo voto de adolescentes
Não é só com o hit "Envolver", que atingiu o primeiro lugar do Spotify Global hoje (25), que Anitta tem chamado a atenção nas redes sociais. A cantora usou sua visibilidade para incentivar adolescentes a tirarem o título de eleitor. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de eleitores com idade entre 16 e 18 anos é o menor em duas décadas.
Como Anitta, outros famosos entraram nessa campanha para incentivar os jovens a participarem das eleições. Luisa Sonza, Juliette, Gkay, Whindersson Nunes, Bruna Marquezine, Casimiro, Felipe Neto, Zeca Pagodinho, Taís Araújo e até o ator americano Mark Ruffalo, conhecido por interpretar o Hulk nos filmes da Marvel, fizeram postagens em suas redes sociais falando sobre a importância de tirar o título.
Se essa galera que se juntou para colocar a Anitta no Top Global colasse 1% dessa força para incentivar as pessoas a votarem, já valeu.
MM Izidoro, colunista de Ecoa e um dos articuladores da campanha Olha O Barulhinho.
"Mais do que o nome de quem ocupa um cargo, o seu voto influencia a qualidade dos serviços de saúde gratuitos e pagos, diretrizes da educação pública e privada, transporte, alimentação e muito mais. Seu voto faz a diferença!", escreveu a cantora e vencedora do BBB 21 Juliette em sua conta oficial no Twitter.
"Bora, galera?"
Não só os famosos estão engajados nessa missão de fazer com que adolescentes de 16 anos ou mais tirem o título de eleitor. Movimentos sociais e entidades têm realizado ações na internet e fora dela para engajar os jovens. Uma delas é a divulgada por Mark Ruffalo em sua postagem no Instagram.
"Em 2020, os americanos só derrotaram Donald Trump porque um recorde de eleitores usaram seus direitos democráticos, especialmente os jovens. Para derrotar Bolsonaro, brasileiros de 16 e 17 anos, devem se registrar para votar nas próximas eleições. Eles têm até 4 de maio para fazer isso em olhaobarulhinho.com", escreveu o ator.
Apesar do tom partidário que a mensagem do Vingador trouxe para a campanha, o movimento Olha O Barulhinho não possui vínculo com partidos políticos. "Estamos simplesmente falando sobre o título, sobre voto, sobre o processo democrático. Depois a gente fala sobre candidatos", explica MM Izidoro, colunista de Ecoa e um dos articuladores da campanha.
A campanha, que é totalmente online, tem como ideia, segundo Caio Tendolini, um dos idealizadores, conseguir que esse seja o ano com a maior participação de adolescentes em eleições na história. "Então, se você tem 15 anos, mas faz aniversário antes de outubro, você também pode tirar o título. A ideia é quebrar recorde porque a sensação de vitória também gera um sentimento grande de mobilização", diz.
Em ano de eleições gerais, 2010 foi o ano que mais teve adolescentes de 16 e 17 anos votando, foram 2.243 milhões. Em eleições municipais, o recorde está em 2004 quando 3.669 milhões de jovens dessa idade foram às urnas.
Da mesma forma que para o Lollapalooza você compra o ingresso um ano antes, como você faz para que as pessoas comprem antecipadamente esse 'ingresso' que é o título de eleitor para a festa da democracia que vai rolar em outubro?
MM Izidoro, colunista de Ecoa e um dos articuladores da campanha Olha o Barulhinho
De acordo com o TSE, entre os dias 14 e 18 de março deste ano, foram emitidos 96.425 mil novos títulos em todo o Brasil e no exterior para jovens com 15 a 18 anos.
O laboratório de comunicação e mobilização para causas Quid.id, onde também atua Caio Tendolini, fez uma pesquisa que explica um pouco os motivos que têm afastado os adolescentes das eleições:
- Autoestima: o jovem achar que não sabe o suficiente para votar;
- Ceticismo: acreditar que votar não importa, que não muda nada. "Nosso papel tem sido mostrar que a política impacta o jovem hoje e amanhã e que se ele não escolher um candidato, alguém vai escolher por ele", conta Tendolini;
- Responsabilidade: não querer ter a responsabilidade de escolher alguém sem saber o suficiente. Não querer carregar "o peso do voto".
Mais ações
Conheça mais iniciativas voltadas para incentivar a participação política de jovens nas eleições de 2022.
Cada voto conta
Uma iniciativa do NOSSAS, organização sem fins lucrativos que desenvolve ações e campanhas de mobilização social em todo o Brasil com o intuito de fortalecer "a democracia, justiça social e igualdade".
A ação Cada Voto Conta possui uma série de estratégias de mobilização para que mais adolescentes votem nas eleições de 2022, entre elas a distribuição de prêmios para quem conseguir convencer mais jovens a tirar o título de eleitor. Os prêmios vão de iPhone a Kindle.
Além disso, os mais velhos que não podem disputar as premiações, mas que também querem colaborar, podem baixar materiais de apoio para divulgar em escolas ou na internet.
Os jovens que passaram muito tempo em isolamento por conta da pandemia, passam a ter mais como referência não outros jovens, mas os adultos. Então, é importante que os adultos engajem nas campanhas também.
Caio Tendolini, idealizador do Olha O Barulhinho
Para saber mais, é só acessar o site cadavotoconta.org.br.
#SeuVotoImporta
Criada pelo movimento Girl Up Brasil, a campanha #SeuVotoImporta usa as redes sociais para divulgar informações e angariar mais adolescentes para tirarem o título de eleitor até o dia 4 de maio, data limite imposta pelo TSE.
O Girl Up Brasil tem como objetivo inspirar e incentivar jovens a se tornarem ativistas da igualdade de gênero por meio de coletivos de estudos chamados clubes. No Brasil, já são mais de 200 clubes e pelo mundo são cerca de 3000.
Para conhecer mais sobre a campanha #SeuVotoImporta do Girl Up Brasil, basta acessar o site: https://seuvotoimporta.org/.
Se liga, hein!
A campanha da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) está na internet, mas também fora dela. Por meio de ações "dos Grêmios Estudantis dentro das escolas, panfletagem e informações nas mídias sociais", a entidade quer divulgar informações sobre o voto de adolescentes, principalmente que é possível, hoje, que o título de eleitor seja tirado online.
"É por meio das leis construídas no Congresso que podemos garantir nossos direitos, como uma educação de qualidade e mais igualitária para todos. É só pelo nosso voto que poderemos ver novamente um Enem mais justo, uma escola mais inclusiva e ter cada vez mais brasileiros na Universidade", diz Rozana Barroso, presidenta da UBES.
Para saber mais é só acompanhar a UBES nas redes sociais: https://www.instagram.com/ubesoficial/.
#ADemocraciaEstaEmNossasMaos
O Coletivo Jovem Tapajonico (CJT) preparou a "Semana de Mobilização para as eleições 2022". Com uma programação que envolveu muito as redes sociais e uma série de outros coletivos e influenciadores indígenas. Entre as ações, a principal era voltada a ensinar adolescentes a tirar seu título de eleitor online.
#VotaParente
A campanha feita pela Articulação dos povos indígenas do Brasil (Apib), também tem como intuito incentivar a juventude indígena a votar. Junto com influenciadores indígenas e com outras associações como a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), a campanha tem se dedicado a postar nas redes sociais tutoriais de como tirar o título de eleitor.
#TiraoTituloArmy
O projeto Army Help de Planet para ações filantrópicas realizado por B-ARMYS, fãs do grupo de Kpop BTS, também tem se movimentado para que os adolescentes tirem o título e participem das eleições de outubro de 2022.
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